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Policial destrói câmera com paulada e PM alega que era usada no crime

Imagens mostram policial dando paulada em câmera no Guarujá, em meio à operação com dezenas de mortos; PM alega que era usada pelo crime

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Imagem mostra policial com pedaço de madeira na mão - Metrópoles
1 de 1 Imagem mostra policial com pedaço de madeira na mão - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo — Um grupo de policiais militares está reunido na entrada de uma viela da Comunidade da Prainha, no Guarujá, na Baixada Santista, em São Paulo, quando um deles atravessa a rua com um pedaço de madeira na mão e dá uma paulada em uma câmera, destruindo o equipamento.

O fato aconteceu na tarde de segunda-feira (19/2), em meio à operação policial que já deixou dezenas de mortos em supostos confrontos com a polícia desde 26 de janeiro. Diversas entidades têm criticado a ação da PM, apontando uma série de abusos e violência generalizada. As imagens foram reveladas pelo g1.

A PM foi questionada na tarde desta terça-feira (20/2) sobre a imagem e alegou que a câmera era usada pelo crime organizado.

“Com relação às imagens analisadas, trata-se de Operação Policial na comunidade da Prainha, em Vicente de Carvalho, Guarujá, com o objetivo de retirar barricadas colocadas por traficantes para dificultar o serviço policial e também o direito à locomoção da sociedade local”, afirmou, em nota.

A PM prosseguiu na sua explicação para a paulada na câmera. “Por meio de denúncia de moradores locais, a Polícia Militar foi informada que o crime organizado havia instalado câmeras para monitorar as ações policiais e dificultar o trabalho das forças de segurança no combate ao tráfico de drogas e a proteção da sociedade”, disse, na nota.

Câmeras e a PM

A Polícia Militar tem sido questionada desde o segundo semestre do ano passado sobre a transparência em suas ações. O foco está, principalmente, nos motivos pelos quais nem todos os PMs têm câmeras presas ao uniforme, quando participam de operações com dezenas de mortos.

Na última semana, reportagem do Metrópoles mostrou que as câmeras são fundamentais, inclusive, para legitimar as ações dos policiais, quando corretas.

Estudo da FGV apresentado em 2023 mostra que desde o início do uso das câmeras corporais na PM paulista, por meio do Programa Olho Vivo, o número total de mortes decorrentes de intervenção policial caiu 80% nas unidades de receberam os equipamentos.

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