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Policiais roubaram de Gritzbach sítio comprado do dentista dos famosos

Equipe do DHPP presa por associação criminosa e lavagem de dinheiro também pegou relógios de luxo e R$ 20 mil em imóvel de Gritzbach

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Imagens coloridas mostram homem branco, cabelhs pretos, curtos, sem barba, camisa azul com colarinho
1 de 1 Imagens coloridas mostram homem branco, cabelhs pretos, curtos, sem barba, camisa azul com colarinho - Foto: Câmera Record/Reprodução

São Paulo — Em delação premiada feita ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) em 16 de julho deste ano, o corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, executado a tiros no Aeroporto Internanacional de São Paulo, em Guarulhos, em novembro, afirmou que policiais civis “roubaram” dele, além de relógios de luxo, um sítio que o delator havia comprado de Roberto Viotto, conhecido como o “dentista dos famosos“.

A área rural, localizada em Biritiba Mirim, na Grande São Paulo, foi comprada pelo delator por R$ 1,5 milhão, como afirmado por ele a promotores do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

No entanto, Gritzbach ainda não havia passado o sítio para seu nome quando policiais do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) cumpriram um mandado de busca e apreensão em um de seus imóveis em fevereiro de 2022. Na ocasião, segundo a denúncia do corretor de imóveis, os agentes recolheram a escritura da área rural, mas não relacionaram o documento na lista de itens apreendidos.

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Fabio Baena foi preso pela PF acusado de ligação com o PCC
Antônio Vinícius Gritzbach, delator do PCC, foi morto no aeroporto de Guarulhos
Rogerinho casou-se com viúva de gerente do PCC que fazia ela do rua com a cúpula na cadeia
Rogerinho em despedida da Delegacia de Homicídios
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Roberto Viotto, o dentista dos famosos

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Fabio Baena foi preso pela PF acusado de ligação com o PCC

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Antônio Vinícius Gritzbach, delator do PCC, foi morto no aeroporto de Guarulhos

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Rogerinho casou-se com viúva de gerente do PCC que fazia ela do rua com a cúpula na cadeia

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Rogerinho em despedida da Delegacia de Homicídios

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Atual esposa de policial é viúva de chefe do PCC

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Rogerinho e Da Cunha

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O dentista dos famosos Roberto Viotto

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Rogerinho coagiu dentista

Com o documento em mãos, como consta na delação, o investigador Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho, teria coagido o dentista Roberto Viotto para que ele transferisse o sítio diretamente a uma pessoa indicada por ele.

“O Rogerinho era, acho, tem algum elo de amizade com o Viotto e falou que o Viotto ia se prejudicar na lavagem de dinheiro […] Pra ele não ser ouvido [em depoimento] e ele não aparecer em nenhum inquérito, ele tinha que acertar lá [a transferência do sítio]”, afirmou Gritzbach ao Gaeco.

Durante o depoimento de Gritzbach, o promotor questiona se Rogerinho trabalhava com o delegado Fábio Baena. “Sim. É até vergonhoso, né?”, responde o delator.

Em um áudio entregue por Gritzbach ao Gaeco, é possível ouvir o chefe de investigações Eduardo Monteiro, também do DHPP, afirmar que o sítio comprado pelo delator seria vendido e que era para o corretor pagar uma propina “para eles não roubarem [o imóvel]”.

Gritzbach segue o depoimento afirmando que, após as ameaças, o imóvel foi negociado com uma terceira pessoa entre o dentista e os policiais. Assim, o sítio pago pelo delator foi registrado no nome de uma pessoa, não mencionada na investigação, indicada pelos policiais. Quem muniu o delator com essas informações teria sido o próprio Eduardo Monteiro.

“Verificamos o trecho que fala do sítio que estava sendo tomado de Gritzbach, Du [Eduardo Monteiro] orienta dizendo: ‘Cuidado, que ele [Rogerinho] está tentando vender [o sítio], se vender, fodeu”, diz trecho de documento da Polícia Federal (PF) obtido pelo Metrópoles. Gritzbach não pagou a propina travestida de antecipação de compra da área rural, que acabou ficando nas mãos dos policiais.

De acordo com a investigação, Monteiro e Baena, a esta altura, tinham se desentendido com Rogerinho e temiam que ele vendesse o imóvel de Gritzbach e ficasse com o dinheiro só para ele.

Além do sítio, Rogerinho e Eduardo Monteiro também roubaram de Gritzbach, segundo o documento da PF, relógios de luxo e uma bolsa, na qual havia R$ 20 mil.

O delator foi assassinado com 10 tiros de fuzil, em 8 de novembro, oito dias após denunciar a corrupção policial à Corregedoria da Polícia Civil.

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O que diz o dentista dos famosos

Ao Metrópoles, nessa quinta-feira (26/12), o “dentista dos famosos” Roberto Viotto afirmou que “nunca” foi procurado “por ninguém”, com relação ao sítio, “muito menos foi coagido”.

Em nota, o dentista afirmou ainda, por meio do advogado Eduardo Maurício, que “teve seu nome utilizado indevidamente”.

Viotto acrescentou que colocou o sítio à venda na imobiliária de Gritzbach “devidamente credenciado para essa atividade”. Disse, ainda, que a área rural “nunca” foi adquirida “pelo referido corretor”.

A inclusão do imóvel na corretora de Gritzbach ocorreu, ainda segundo a nota, “em data muito anterior” à prisão do delator e “ao conhecimento público dos crimes que o corretor de imóveis estaria envolvido”.

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Roberto Viotto reforça não ter “nenhuma conexão” com os crimes de Gritzbach e se colocou à disposição do Gaeco e da Justiça.

A nota é finalizada com um alerta: “Serão tomadas medidas judiciais cabíveis contra publicação e disseminação de fake news, devendo ser respeitada a sua imagem ilibada [do dentista]”.

Policiais civis presos

Como resultado da delação, aliada à investigação da PF, foram presos no último dia 17 – além de Monteiro e Baena – o chefe de investigações do Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Cerco), da 5ª Delegacia Seccional da capital paulista, Marcelo Marques de Souza e o investigador Marcelo Roberto Ruggieri.

O agente de telecomunicações da Polícia Civil Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho, também foi alvo de um dos mandados de prisão. Ele ficou foragido da Justiça por quase uma semana e se entregou, na segunda-feira (23/12), após sua defesa negociar a rendição dele com a Delegacia Geral.

Os policiais presos vão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, além de ocultação de capitais, cujas penas somadas podem alcançar 30 anos de prisão.

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