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Polícia vê “atentado” em falha na Linha 9 de trem durante greve em SP

Segundo delegado que investiga denúncia de danos, Linha 9-Esmeralda foi alvo de 4 ataques simultâneos, em menos de 2 horas, no dia da greve

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Imagem colorida mostra objeto metálico cilíndrico no chão, investigado pela Polícia Civil como parte de uma ação orquestrada para parar a Linha 9 Esmeralda - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra objeto metálico cilíndrico no chão, investigado pela Polícia Civil como parte de uma ação orquestrada para parar a Linha 9 Esmeralda - Metrópoles - Foto: Divulgação/ViaMobilidade

São Paulo – O delegado Eduardo Luis Ferreira, da Polícia Civil de São Paulo, afirma que a Linha 9-Esmeralda, operada pela ViaMobilidade, foi alvo de um atentado na tarde de terça-feira (3/10), dia da greve conjunta de funcionários do Metrô, da CPTM e da Sabesp na capital paulista.

Os danos, denunciados pela ViaMobilidade em um boletim de ocorrência, teriam provocado a pane que prejudicou a circulação de trens e causou transtornos a passageiros por mais de 24 horas. A operação da Linha 9-Esmeralda só foi restabelecida na tarde desta quarta (4/10).

Segundo o delegado, quatro ataques diferentes teriam ocorrido em um intervalo inferior a duas horas.

“As ações foram orquestradas e aconteceram em pontos distantes um do outro”, diz Ferreira, que é titular do 27º Distrito Policial (Campo Belo), responsável por investigar o caso. “Foi um atentado, feito por alguém de fora, e não sabotagem”, completa o delegado ao Metrópoles.

A conclusão tem como base investigações de campo. Nessa quarta, na tarde seguinte à greve, três equipes da delegacia percorreram toda a extensão da via e constataram evidências de que a falha elétrica teria sido provocada por atos de vandalismo.

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Objeto metálico encontrado na lateral da via da Linha 9-Esmeralda
Objeto metálico encontrado entre estações Pinheiros e Cidade Jardim
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Danos na rede elétrica, pedras e gradis abertos na Linha 9-Esmeralda

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Objeto metálico encontrado na lateral da via da Linha 9-Esmeralda

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Objeto metálico encontrado entre estações Pinheiros e Cidade Jardim

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Os ataques

A primeira falha foi reportada às 14h25, na estação Vila Olímpia, com registro de fumaça e faísca no sistema. Segundo a investigação, o alvo do ataque foi o pantógrafo – o dispositivo, instalado em cima do trem, que liga a locomotiva à rede elétrica.

Os passageiros tiveram que desembarcar no meio da via (veja abaixo). “Inicialmente, achávamos que um objeto havia sido atirado diretamente na rede elétrica e saiu irradiando, mas não foi isso que aconteceu”, relata o delegado. “O objeto foi jogado no pantógrafo, onde ficou preso, e foi arrancando a fiação.”

 

Ainda de acordo com o delegado, o mais provável é que os objetos tenham sido atirados de viadutos ou pontos mais altos às margens da linha. “Em alguns trechos, a distância entre o parapeito e o local onde o trem passa é de dois metros.”

Em dois lugares diferentes, nas Pontes Eusébio Matoso e do Jaguaré, que ficam a mais de seis quilômetros de distância entre si, os investigadores também constataram a presença de pedras de concreto e de asfalto, supostamente atiradas na via. Esses locais ficam próximos a canteiros de obra.

Já na estação Autódromo, em Interlagos, houve furto do dispositivo eletrônico responsável por mudar o trem de via. O crime teria acontecido às 16h.

“Se o sistema não tivesse acusado a falha, isso poderia causar até o descarrilamento do trem e até mesmo uma tragédia”, afirma Ferreira. “O corte foi feito bem rente, não é qualquer pessoa que consegue fazer.”

Autores

Agora, investigadores trabalham para identificar quem são os autores. Uma das linhas de investigação é que os ataques tenham sido praticados por motivação política.

Não há sistema de monitoramento voltado para o trilho. Para descobrir os responsáveis, a Polícia Civil vai analisar as imagens captadas por câmeras que ficam na dianteira e na cauda dos trens. Câmeras de residências e comércios da região também devem ser analisadas.

Diante dessa dinâmica de ataques, investigadores acreditam que pelo menos quatro pessoas ou grupo de pessoas participaram do suposto atentado.

Os responsáveis podem responder por “impedir serviço de estrada de ferro” e “associação criminosa” – crimes cujas penas, somadas, vão de 5 a 15 anos de prisão.

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