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Vídeo: feira da droga tira sono de moradores do centro de SP

Dependentes químicos e traficantes circulam tranquilamente por ruas da região entre o início das noites e fim das madrugadas

atualizado

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Cracolândia
1 de 1 Cracolândia - Foto: Reprodução/Twitter

São Paulo – Moradores e comerciantes da região central de São Paulo sofrem com o barulho e a sujeira decorrentes de uma feira clandestina, durante a qual drogas são compradas ou trocadas por objetos, levados ao local por dependentes químicos da Cracolândia.

O fluxo de usuários de drogas deixou de ficar concentrado em um único lugar e se diluiu, após uma ação policial dispersá-los da Praça Princesa Isabel, em maio deste ano.

Antes da fragmentação, em pequenas cracolândias – principalmente nas regiões da Santa Efigênia e Campos Elíseos, bairros do centro paulistano – o antigo fluxo chegou a concentrar mais de dois mil dependentes químicos no mesmo quadrilátero.

Imagens encaminhadas ao Metrópoles mostram a rua dos Andradas tomada por centenas de dependentes químicos, às 23h18 de terça-feira (21/12). Na via também é possível ver uma lona vermelha, estendida no asfalto, sobre a qual há objetos.

 

Investigações anteriores da 1ª Delegacia Seccional do Centro identificaram que, além de crack, cocaína e maconha, itens furtados e roubados por usuários também são comercializados, ou trocados por drogas, durante as feiras clandestinas.

A concentração de pessoas, aliada à música alta, prejudica a qualidade do sono dos moradores dos prédios do entorno. Eles denunciam a ineficiência de ações policiais. Além disso, a rua dos Andradas é tomada por lixo, após as feiras de drogas, e é limpa por comerciantes da região.

A venda de drogas se mantém também durante o dia, incluindo no meio da rua, como foi registrado por moradores. Na rua do Triunfo, às 18h48 dessa quarta-feira (21/12), traficantes mantinham mesas e cadeiras no meio da via, vendendo drogas para dependentes químicos. Há denúncias de que, na mesma rua, houve a expansão de uma pensão clandestina, frequentada para o suposto uso de drogas.

Comerciantes lamentam que, ao contrário de terem lucro no fim de ano, como seria normal acontecer, amargam dívidas e o risco de fechar as portas, enquanto o comércio ilegal prospera.

“A coisa vai ficar assim mesmo? Comércios fechando e ponto de drogas abrindo? Estou estarrecida com a região”, desabafou a conselheira participativa Rose Correa, de 63 anos, que se mudou para o centro há três anos.

Ela mora na rua dos Gusmões e, como já foi mostrado pelo Metrópoles, não sai de casa, por causa da imposição de um toque de recolher, provocado pelo aumento da concentração de usuários de drogas, quando escurece.

A rua dos Gusmões também é usada como ponto de fuga, durante o dia, por criminosos que roubam e furtam objetos de motoristas e passageiros, principalmente celulares, na Avenida Rio Branco.

 

Ainda na esquina da Rio Branco com a Gusmões, no dia 15, dois policiais militares foram alvos de pedras e garrafas, arremessadas por frequentadores da região. A violência foi registrada em vídeo. Um dos policiais foi também ferido com um tiro, em uma das pernas, mas sem gravidade. Oito suspeitos foram presos, na noite do mesmo dia.

O 13º Batalhão da Polícia Militar, que cuida do policiamento ostensivo da área, fica a cerca de 700 metros de distância do cruzamento da avenida com a Rua dos Gusmões. O 3º DP (Campos Elíseos), responsável por investigar os crimes da região, fica a cerca de 300 metros.

Dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo indicam que os roubos na região da Cracolândia, policiada pelo 3º DP, aumentaram em 41,7%. Foram 5.846 casos registrados entre janeiro e outubro deste ano, contra 4.123 ocorrências no mesmo período de 2019 – antes da pandemia da Covid-19.

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Grupo atira pedras contra a PM na Cracolândia

Prisões

As polícias Civil e Militar afirmam ter prendido, respectivamente, 231 e 278 suspeitos de crimes, além de apreender 19 adolescentes, na região onde se concentra o fluxo da Cracolândia. Entre janeiro e novembro, a 1ª Seccional do Centro também apreendeu 11 mil celulares, frutos de roubos ou furtos.

As detenções feitas pela PM ocorreram entre janeiro e o último dia 14, ainda segundo a corporação. No período, também foram apreendidas 270 armas brancas – como facas e estiletes – além de quatro armas de fogo. Todas as prisões e apreensões resultaram de 14.666 atendimentos a ocorrências e de 29.764 abordagens.

A SSP acrescentou, na tarde dessa quinta-feira (22/12), que o policiamento no centro da capital paulista foi reforçado com 37 viaturas e policiais dos 7º e 13º Batalhões, além das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), Choque e Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), totalizando 150 agentes.

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