Trio que teria ajudado a lavar R$ 3 bilhões do tráfico é preso em SP
Investigações da Polícia Civil de Guarulhos, iniciadas em 2020, identificaram oito prováveis membros de bando ligado à venda de drogas
atualizado
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São Paulo – A Polícia Civil prendeu nessa quarta-feira (30/11) três suspeitos de integrar uma quadrilha que teria lavado cerca de R$ 3 bilhões supostamente provenientes do tráfico de drogas em Guarulhos, na Grande São Paulo. Outros cinco possíveis membros do bando criminoso estão foragidos.
As investigações começaram em 2020, quando policiais da Delegacia de Roubos de Carga de Guarulhos apreenderam quase uma tonelada de maconha, em uma casa de luxo, no bairro Vila Rosália. A partir daí, passou a ser levantado quem estaria envolvido na venda e movimentação da droga, chegando-se a oito pessoas, até o momento.
“Percebemos que havia muita movimentação de dinheiro, além do tráfico, assim como a compra de imóveis e veículos, até que descobrimos o líder do esquema”, explicou ao Metrópoles, na manhã desta quinta-feira (1º/12) a delegada Aurea Albanez, titular das Delegacias de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) e de Roubo de Cargas de Guarulhos.
Durante as investigações, a polícia também descobriu que os criminosos usavam um restaurante de luxo e uma loja de troca de óleo automotivo, ambos na zona leste da capital paulista, para lavar o dinheiro oriundo da suposta venda de drogas.
“Apesar de não ter muitos clientes, ao menos quando o restaurante foi recentemente inaugurado, a movimentação de dinheiro que identificamos era muito alta”, disse a delegada, se referindo às suspeitas de lavagem de dinheiro no estabelecimento.
Cumprimento de mandados
Com base nas investigações, a polícia da Grande São Paulo solicitou 20 mandados de busca e apreensão, além de dois de prisão, expedidos pela Justiça, que foram cumpridos durante essa quarta-feira em Guarulhos, na zona leste de São Paulo, e em Caraguatatuba, no litoral paulista.
Na cidade litorânea, a polícia prendeu Edson Ricardo Lins, o Teco, apontado como líder do bando. As investigações apontam que, só no nome dele, estão registrados cinco imóveis de alto padrão, um deles avaliado em R$ 2 milhões.
Após sua prisão, ele foi conduzido até um de seus imóveis, um apartamento em Guarulhos, onde outro suposto membro da quadrilha também acabou sendo preso, pois com ele foi encontrado um livro de registros, no qual havia contabilidade sobre a venda de drogas.
Ao todo, em ambos os imóveis vistoriados no litoral e na Grande São Paulo, a polícia apreendeu quase R$ 1,3 milhão em dinheiro, seis pistolas, um fuzil, centenas de munições deste armamento, oito veículos, duas motos aquáticas, além de celulares, joias, relógios de luxo e até uma máquina de contar dinheiro.
Além de Teco, também foram presos Reginaldo Correia Miranda e Carlos Eduardo Caputo Barbosa, apontado como disciplina da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
A defesa deles não havia sido localizada até a publicação desta reportagem. O espaço está aberto para eventuais manifestações dos advogados.
Batizada de São Felipe, referência a rua onde fica o restaurante do bando, a operação contou com a participação de 60 policiais.
As investigações continuam para localizar os outros cinco suspeitos e com a quebra dos sigilos bancários e fiscais dos investigados.