Suspeito de feminicídio é espancado até a morte na Grande SP
Homem de 48 anos era investigado por assassinar com marretadas a companheira, na frente dos dois filhos do casal, em Guarulhos
atualizado
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São Paulo – Um suspeito de feminicídio foi espancado até a morte, segundo a polícia, dois dias após o assassinato de sua companheira, morta com marretadas em frente aos dois filhos, no último dia 28, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
De acordo com o delegado Fulvio Mecca, do 9º DP da cidade da região metropolitana, Antônio Carlos Lopes Ferreira, de 48 anos, era investigado por supostamente matar a companheira, Tatiane de Lima dos Santos, de 28 anos.
O policial afirmou ao Metrópoles, na manhã desta terça-feira (3/1), que Ferreira teria usado uma marreta para assassinar a vítima, na frente dos filhos do casal, de um mês e de um ano de idade.
“Pelo que levantamos, até o momento, a vítima teria supostamente traído o autor. Ele não contava com nenhum passagem criminal anterior, trabalhava em uma empresa terceirizada do aeroporto internacional de Guarulhos. Ele matou a companheira, até onde levantamos, para ‘lavar a sua honra'”, explicou o delegado.
Após supostamente matar a vítima, Ferreira procurou pela irmã, que era vizinha do casal. “A irmã dele nos disse não ter ouvido briga, ou barulhos. Mas afirmou que o irmão a procurou, no dia 28, afirmando que havia ‘feito uma merda’, segundo as palavras dele”, acrescentou Mecca.
Ferreira fugiu em seguida. Tatiane morreu dentro de casa, sem chances de ser socorrida.
Prisão decretada e morte
No dia posterior ao feminicídio, que é quando a vítima é morta pelo fato de ser mulher, a Justiça decretou a prisão preventiva do suspeito, ou seja, por tempo indeterminado, à pedido da polícia.
A partir de então, Ferreira passou a ser considerado um foragido da Justiça e a ser procurado pela polícia de Guarulhos.
Pouco mais de 48 horas após o feminicídio, o delegado do 9º DP recebeu a informação de que o suspeito havia sido localizado por policiais militares, na Estrada do Taboão, gravemente ferido. O local fica a cerca de um quilômetro de distância de onde Tatiane foi morta.
Ele chegou a ser levado para por uma Unidade de Resgate dos bombeiros ao Hospital Geral de Guarulhos, onde já chegou sem vida, como foi constatado pelo médico Neylar de Castro Ribeiro.
“A principal suspeita que temos é a de que o suspeito foi espancado até a morte. Agora, apuramos se isso foi feito pela própria população do bairro, como uma forma de justiça com as próprias mãos, ou se teve algum tipo de envolvimento do crime organizado, com os chamados tribunais do crime”, disse ainda Fulvio Mecca.
A Polícia Civil investiga a identidade dos prováveis envolvidos na morte de Ferreira.
Feminicídios na Grande SP
Os feminicídios representam 41% dos crimes em que mulheres foram assassinadas na Grande São Paulo, entre janeiro e novembro de 2022. Os números são da Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo.
Segundo os dados da pasta, foram registrados 41 feminicídios no período, ante 57 homicídios, em que as vítimas eram do sexo feminino, totalizando 98 casos.