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SP: ladrões roubam 81 armas de policiais em serviço em quase 4 anos

Casos foram registrados pelas corregedorias das polícias Civil e Militar de São Paulo, entre 2018 e setembro de 2022

atualizado

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Arquivo Pessoal
Viatura arrombada
1 de 1 Viatura arrombada - Foto: Arquivo Pessoal

São Paulo – Ao menos 81 armas de fogo foram roubadas de policiais em serviço no estado de São Paulo, entre 2018 e setembro deste ano. Os dados são das corregedorias das polícias Civil e Militar.

Os policiais civis foram as maiores vítimas de roubos, com 77 armas levadas por criminosos, entre revólveres e pistolas. De PMs, foram quatro, sendo uma por ano, entre 2018 e 2021. Em 2022, até setembro, não houve registros.

O ano com maior concentração de armas levadas de agentes da Polícia Civil, em serviço, foi 2020, com 40 registros. Em 2021, foram 19 e, entre janeiro e setembro deste ano, 17. Em 2018 não houve ocorrência.

O ano de 2020 ainda concentrou o maior número de registros de armas levadas de policiais militares, de folga ou trabalhando, com 13 casos em todo o estado.

Para o gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani, esse “é um problema histórico”, principalmente entre policiais civis, que têm o maior índice de armas levadas, em relação a outras instituições de segurança, segundo levantamento feito pelo órgão, entre 2015 e 2020.

Durante o período, foram roubadas ou furtadas 90 armas de policiais civis, somente em São Paulo – superando os registros do Exército (27), Marinha (21) e Aeronáutica (6).

“Fica claro o problema histórico na gestão de armamento, a falta de controle [da Polícia Civil], tanto em serviço, como em armarias”, afirmou Langeani.

Armas roubadas de viatura

O especialista mencionou um caso, noticiado pelo Metrópoles, em que policiais de uma divisão de elite da Polícia Civil foram alvo de criminosos, que levaram um fuzil e uma pistola, de uso particular dos agentes, deixados dentro de uma viatura na região de Guarulhos, na Grande São Paulo. As armas foram recuperadas no dia seguinte, dentro de um barraco de favela.

“Esse caso mostra como o controle do armamento é mal feito. Ter um policial trabalhando com uma arma particular, um fuzil, é algo que nem deveria ser permitido.Policiais deixando arma dentro viatura estacionada cria oportunidade para furtos e roubos”, pontuou.

Langeani acrescentou que a polícia deveria ter maior controle de seus arsenais. Como exemplo ele usa relatório do Instituto Sou da Paz, no qual a Polícia Civil não especifica alguns modelos e marcas de armas levadas de seus agentes, por criminosos.

“Isso mostra que o controle é baixo e se [a polícia] não sabe nem a conta de quantas armas foram levadas, imagine apurar o que aconteceu e, eventualmente, recuperar as armas?” questionou.

Outro lado

A Polícia Civil afirmou, por meio de nota, que quatro das 77 levadas por criminosos foram recuperadas. “Todas as ocorrências envolvendo roubos ou furtos de armas são investigadas. A polícia segue trabalhando para recuperar o armamento”, diz a corporação.

Questionada sobre o mesmo assunto, a Polícia Militar afirmou, por e-mail, que a reportagem deveria fazer uma solicitação por meio da Lei de Acesso à Informação, cujo prazo para resposta vai de 20 a 30 dias.

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