PCC teria ordem para matar 5 funcionárias de prisão feminina em SP
Policiais penais denunciam ordem para o PCC executar agentes; plano foi descoberto após carta ser encontrada na prisão
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – Policiais penais denunciam uma ordem para o Primeiro Comando da Capital (PCC) executar cinco funcionárias de uma prisão feminina da cidade de São Paulo.
O suposto plano para assassinar as agentes foi descoberto após uma carta, obtida pelo Metrópoles, ser interceptada na Penitenciária Feminina da Capital, no Carandiru, na zona norte. “Foi colocado os nomes da guardas para os irmãos (sic)”, diz um dos trechos (veja carta abaixo).
A carta é atribuída a uma presa ligada ao PCC e o motivo da ameaça estaria relacionado a questões disciplinares. Para funcionários da unidade, o texto também indica que os crimes estariam marcados para acontecer durante a próxima “saidinha”.
A ameaça de morte foi registrada no 9º Distrito Policial (Carandiru) na quarta-feira passada (14/12). Segundo o boletim de ocorrência, as agentes penitenciárias procuraram a direção da unidade para instaurar investigação interna após encontrar a carta.
Intimidação
Antes destinada ao regime fechado, a Penitenciária Feminina da Capital passou por reforma e virou uma unidade do semiaberto há pouco mais de um mês.
“É comum que as presas tentem se impor diante das servidoras e intimidá-las, mas isso é combatido com rigor na disciplina”, afirma Fábio Jabá, presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo (Sifuspesp).
“Ao detectar uma falta com essa gravidade, a direção deve transferir as presas envolvidas e abrir uma sindicância imediatamente, o que pode causar o seu retorno ao regime fechado mas, pelas informações que recebemos, elas foram apenas transferidas de pavilhão”, diz.
Investigação
Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo (SAP) confirma a apreensão da carta e afirma que, após investigação, a autora da ameaça foi identificada.
“Foi solicitada a sustação do regime semiaberto da presa ao Juízo responsável. Nas investigações também foram identificadas outras seis presas, integrantes de uma liderança negativa no local, sendo solicitada a remoção delas para outras unidades”, diz a pasta.