Indicado à Segurança de SP foi sócio de PM expulso por pornografia
Por meio de sua assessoria, o deputado Guilherme Derrite (PL-SP) afirma que sociedade em empresa “nunca existiu na prática”
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – Indicado pelo governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos) para assumir a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo, o deputado federal Guilherme Derrite (PL-SP) manteve sociedade com um tenente que foi expulso da Polícia Militar sob a suspeita de envolvimento em um caso de pornografia infantil.
A informação foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo nesta terça-feira (6/12) e confirmada pelo Metrópoles.
Em 2012, policiais da 4ª Delegacia de Repressão à Pedofilia – do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) – apreenderam material em vídeo, no qual policiais militares apareciam em práticas de pornografia e pedofilia.
Entre os PMs envolvidos estava o ex-tenente Luiz Fernando Lima Paulo, que foi sócio do futuro secretário da Segurança em uma empresa de curso preparatório para ingressar na corporação aberta em 2021.
Os registros foram encaminhados à Corregedoria da PM. Um inquérito policial militar foi instaurado em 2014 e, três anos depois, o policial foi expulso da corporação, como consta no Diário Oficial do Estado.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o futuro secretário afirmou que a empresa, cuja finalidade era um curso preparatório para ingressar na PM, era incompatível com sua agenda de parlamentar.
Na publicação, de 16 de maio de 2017, consta que o Tribunal de Justiça Militar julgou o então policial “indigno para o oficialato e com ele incompatível”, resultando disso a decretação da perda de seu posto e patente.
O advogado do ex-PM, João Carlos Campanini, foi procurado por telefone e e-mail, mas não havia dado retorno até a publicação desta reportagem. O espaço permanece aberto para manifestação.
Em nota, a assessoria de Derrite afirmou que a empresa nunca chegou a prestar serviços porque a atividade era incompatível com a atuação dele como parlamentar. Ele foi eleito pela primeira vez em 2018, na onda bolsonarista, e reeleito deputado federal pelo PL neste ano.
“Nenhum serviço chegou a ser prestado por esse CNPJ. Essa foi uma sociedade que nunca existiu na prática”, afirma Derrite, em nota enviada ao Metrópoles nesta terça.
Tropa de Elite Concursos Ltda
O Capitão Derrite mantinha sociedade com Lima Paulo, desde 16 de dezembro de 2021, quando fundaram a Tropa de Elite Concursos Ltda.
Ele acrescenta, na nota encaminhada ao Metrópoles nesta terça, desconhecer o processo na qual seu ex-sócio figura. “A informação que tenho é de que ele pediu baixa voluntariamente e que foi inocentado em um processo administrativo no qual respondeu sobre uso indevido da farda”, argumenta o capitão.
A empresa Tropa de Elite foi extinta em 11 de novembro deste ano, pouco mais de uma semana antes de o parlamentar ser indicado para a equipe de transição do governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos).