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Corpo de ator que estava desaparecido é encontrado carbonizado em SP

Corpo do ator Yago Henrique França, de 29 anos, foi encontrado carbonizado na Grande SP; ativista suspeita de crime de homofobia

atualizado

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Ator Yago França
1 de 1 Ator Yago França - Foto: Reprodução/Instagram

São Paulo – O corpo do ator Yago Henrique França, de 29 anos, foi encontrado carbonizado na tarde dessa terça-feira (7/3), em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Ele havia saído para um encontro, marcado por aplicativo de relacionamento, no último dia 27, e não foi mais visto. Ativista ouvido pela reportagem acredita que o jovem tenha sido vítima de crime de homofobia.

Mario Adilson França, pai de Yago, registrou um boletim de desaparecimento do filho, no dia 28. A vítima morava com os pais em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

No boletim de ocorrência, sobre o desaparecimento, Mario relata que Yago saiu de casa, por volta das 13h do dia 27. “Ele avisou à mãe que iria sair, mas infelizmente não disse onde seria, e que voltaria para jantar”, diz trecho do registro, feito por meio da delegacia eletrônica.

Como o ator não regressou, a família tentou ligar para ele entre 23h e 3h, sem sucesso. Os telefonemas caíam direto na caixa postal.

A mãe de Yago, Simone Garcia França, usou uma rede social para falar sobre o desaparecimento do filho: “Estou desesperada”, escreveu ela, na tarde do dia 28.

Em sua última postagem, no dia 2 de março, Simone afirmou não aguentar mais a angústia de não ter notícias dele.

Yago
Yago França foi encontrado morto após sair para um encontro, marcado por app em SP

“Tudo está sendo feito, mas essa espera está me matando. Por favor, se alguém estiver com o meu filho e estiver lendo essa mensagem, por favor, me devolva porque ele é a pessoa que eu mais amo no mundo.”

Cinco dias depois, o corpo do ator foi encontrado, a cerca de 65 quilômetros de distância, em outra cidade.

A mãe foi quem reconheceu o corpo de Yago.

“Reconheci pelas tatuagens, sabia as tatuagens que ele tinha, eu sabia. Vi a tatuagem no braço, na perna. Como uma mãe não vai reconhecer? Ainda bem que acharam, senão ele iria ser enterrado como um indigente.”

Em suas redes sociais, Yago se apresentava como ator, drag queen e tarólogo.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo afirmou que o caso foi registrado como “morte suspeita” e é investigado pela Delegacia de Itapecerica da Serra. O distrito policial, acrescentou a pasta, solicitou perícia e exame necroscópico da vítima.

Homofobia

Gustavo Don, do Conselho Estadual LGBT de São Paulo, órgão vinculado à Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual do Governo de São Paulo, afirmou ao Metrópoles que a morte violenta de Yago “abalou” mais uma vez a comunidade LGBTQIA+.

“Não podemos descartar a hipótese de esse crime ter influência da LGBTfobia, é importante que a polícia investigue com o rigor da lei e coloque como uma das possibilidades, tudo precisa ser investigado. O que queremos é que estes aplicativos de relacionamento acabem com perfis fakes e ajudem na prevenção de riscos, estamos vendo muitos casos de violência e até sequestros que tiveram início em aplicativos de relacionamento.”

Don acrescentou que as investigações precisam descobrir quem matou Yago e as circunstâncias do crime.

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