Central telefônica do PCC faturou R$ 10 milhões em golpes, diz polícia
Trio foi preso em apartamento de Guarulhos, na Grande São Paulo, do qual aplicava golpes via telefone; dois pagaram fiança e foram soltos
atualizado
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São Paulo – Em um apartamento residencial de Guarulhos, na Grande São Paulo, três suspeitos mantinham uma central clandestina de telefonia, com a qual aplicavam golpes. A Polícia Civil estima que esquema composto pelo trio, ligado ao Primeiro comando da Capital (PCC), já tenha lesado suas vítimas em cerca de R$ 10 milhões.
Após a prisão de dois criminosos, no último dia 31, indiciados por extorquir R$ 200 mil de uma idosa de 78 anos – simulando o sequestro da filha dela – investigadores do Núcleo de Roubo de Cargas identificaram um apartamento, no bairro Itapegica.
No local, de acordo com levantamento da Polícia Civil da Grande São Paulo, funcionava uma central telefônica clandestina, ligado à facção criminosa PCC.
Ao chegar no quinto andar do prédio, por volta das 13h50 dessa quinta-feira (16/2), policiais sentiram um forte odor de maconha, vindo do número 56. Possíveis moradores foram chamados pelos policiais. Thiago de Souza Euzélio Feliciano, de 27 anos, abriu a porta.
Dentro do imóvel também estavam Vinicius Vilela Sérgio e Natan Chagas, ambos de 30 anos. Assim que avistaram a polícia, ambos teriam tentado, sem sucesso, quebrar notebooks e se desfazer de celulares.
Aos policiais, segundo registros da Delegacia Seccional de Guarulhos, o trio confessou usar o apartamento como uma central clandestina de telefonia. Eles entravam em contato com clientes de bancos e convenciam eles de que suas contas haviam sido clonadas. Outro argumento era informar sobre a falsa aprovação de empréstimos. A estratégia era usada para as vítimas realizarem transferências via Pix, para a conta de laranjas.
O Metrópoles apurou que os criminosos contavam com uma relação de CPFs e telefones de contato das vítimas, usando um programa de computador para entrar em contato com elas.
No local, além dos aparelhos eletrônicos, foram apreendidas porções de maconha e também de cogumelos alucinógenos. Os entorpecentes eram para consumo pessoal, durante a aplicação dos golpes, como foi admitido pelos próprios suspeitos.
A polícia constatou ainda que documentos falsos foram utilizados para alugar o imóvel onde funcionava a central clandestina.
Vinicius Vilela Sergio e Thiago de Souza Euzébio Feliciano pagaram, cada um, fiança de R$ 13.020 e respondem ao caso em liberdade. Nathan Chagas foi encaminhado à carceragem do 1º DP de Guarulhos, onde permanece à disposição da Justiça. A defesa deles não foi localizada.
O trio foi indiciado por estelionato, associação criminosa, uso de documento falso e porte de drogas.