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Polícia procura Tacitus, que ameaça delegados e família de Gritzbach

Força-tarefa que investiga morte de delator do PCC suspeita que Tacitus seja integrante do alto escalão da facção criminosa

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Corpo do empresário Antônio Vinicius Gritzbach coberto na cena do crime - Metrópoles
1 de 1 Corpo do empresário Antônio Vinicius Gritzbach coberto na cena do crime - Metrópoles - Foto: Polícia Civil/Divulgação

São Paulo — A cúpula da Polícia Civil do estado tenta descobrir quem é a pessoa que enviou e-mails com ameaças a delegados e a familiares do corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) morto com tiros de fuzil no Aeroporto de Guarulhos em 8 de novembro.

A suspeita é que o remetente dos e-mails, identificado como “Tacitus”, seja integrante da facção e tenha ligação com o assassinato.

A equipe de investigação, no entanto, analisa o material com cautela e considera que algumas mensagens assinadas por Tacitus não são factíveis. Em uma delas, por exemplo, ele diz que assistiu ao homicídio de Gritzbach por meio de uma transmissão ao vivo feita diretamente do local.

Ao mesmo tempo, e-mails com a assinatura do suposto integrante do PCC, enviados inclusive antes da morte de Gritzbach, detalhavam a atuação de policiais civis junto ao delator.

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Segundo Tacitus, os investigadores Valdenir Paulo de Almeida, conhecido como Xixo, e Valmir Pinheiro, o Bolsonaro, teriam sido informados por Gritzbach sobre a localização de 15 casas cofre da facção, onde ficavam escondidos milhões de reais em espécie.

A partir das informações, os agentes teriam ido até os locais sem mandado e se apropriado dos valores, causando prejuízo de R$ 90 milhões para os criminosos.

“O Vinícius passou informações das ‘casas cofre’ para o Xixo e o Pinheiro, esses policiais invadiram as casas ‘cofre’ sem mandado judicial, roubando milhões de reais em espécie da ’empresa’”, afirma o faccionado.

Em um e-mail, Tacitus orienta uma delegada sobre como obter elementos que ajudem a comprovar o envolvimento dos policiais. Mais tarde, a delegada viria a integrar a força-tarefa que investiga a morte de Gritzbach.

“De posse dessa informação e dos endereços que o Vinícius lhe passou, é só coletar as câmeras da vizinhança e obterá, dentro da lei, todas as provas necessárias para que assim os responsáveis sintam o peso da Justiça”, diz ele.

“Você é um sem futuro, só que é um sem futuro que está blindado, deve ter distribuído dinheiro para toda a polícia. Caguetou vários policiais e agora está distribuindo dinheiro. Sem contar as casas cofre. Estamos tentando levantar os verdadeiros nomes daqueles dois vermes Xixo e Pinheiro. Quando conseguirmos isso, vamos nos trombar pessoalmente, seu verme”, afirma.

Nome de operação Tacitus

O vulgo, no entanto, batizou a operação deflagrada pela PF no último dia 17 de dezembro, que culminou com as prisões de cinco policiais civis e três integrantes do PCC delatados por Gritzbach.

Entre os policiais presos estão os investigadores Rogério Almeida Felício, o Rogerinho, Eduardo Monteiro e o delegado Fabio Baena Martin, que comandava a 2ª Divisão de Homicídios do DHPP na época em que teve início a investigação sobre a morte do chefão do PCC Anselmo Santa Fausta.

O grupo é acusado de extorquir Vinícius Gritzbach para livrá-lo do inquérito. Os policiais teriam pedido R$ 40 milhões. Mais tarde, Gritzbach se tornaria réu por homicídio.

Execução

Vinícius Gritzbach foi morto com tiros de fuzil após desembarcar no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na última sexta-feira (8/11), voltando de uma viagem a Maceió com a namorada. Homens encapuzados desceram de um carro na área de embarque e desembarque e começaram a atirar. Houve 29 disparos, segundo a polícia. Além do empresário, o motorista Celso Araújo Sampaio de Novais morreu.

Quatro policiais militares eram responsáveis pela segurança de Gritzbach no momento do ataque. Todos estão afastados. Nos primeiros depoimentos prestados, eles disseram que, instantes antes do ataque ao empresário, pararam em um posto de combustíveis para lanchar, enquanto aguardavam a chegada do empresário.

Segundo eles, quando decidiram ir em direção ao aeroporto, uma das caminhonetes em que estavam não funcionou. Apenas um dos PMs teria ido ao local, acompanhado do filho de Gritzbach.

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