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Polícia revela que PCC consegue mudar “fluxo” na Cracolândia em 12 min

Em investigação, Polícia Civil aponta rede de hotéis do PCC como o coração do esquema do tráfico de drogas na região da Cracolândia

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Imagem colorida de frame de câmera de segurança mostra formação do fluxo na Cracolândia - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de frame de câmera de segurança mostra formação do fluxo na Cracolândia - Metrópoles - Foto: Reprodução/Polícia Civil

São Paulo — Investigação da Operação Downtown, que teve a terceira fase deflagrada na quinta-feira (13/6) pela Polícia Civil, mostra que o Primeiro Comando da Capital (PCC) leva pouco mais de 10 minutos para montar a estrutura do tráfico de drogas e mudar o local do “fluxo”, a concentração de dependentes químicos na Cracolândia, no centro da capital paulista.

A dinâmica estabelecida pelo PCC é responsável por fazer a Cracolândia se tornar flutuante e peregrinar por diferentes ruas da região. Ela foi descoberta pela polícia a partir de imagens captadas por câmeras de monitoramento (veja abaixo).

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Os três primeiros clientes aparecem segundos depois
Em pouco tempo, o "fluxo" vai se formando no local
Após 12 minutos, a via fica completamente tomada
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Traficante chega para montar barraca na Cracolândia

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Os três primeiros clientes aparecem segundos depois

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Em pouco tempo, o "fluxo" vai se formando no local

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Após 12 minutos, a via fica completamente tomada

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Segundo o Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), o “fluxo” é sempre levado para algum ponto próximo a um hotel da rede da facção criminosa. As hospedarias são consideradas o coração do esquema. Elas servem para guardar grandes quantidades de drogas que alimentam as barracas nas ruas.

Um dos episódios foi flagrado em 16 de maio de 2022. O traficante chega à Rua do Triunfo e monta uma mesa às 17h47. O local escolhido fica a poucos metros de uma hospedaria clandestina, atribuída ao PCC. A via, até então deserta, é completamente tomada por dependentes químicos em exatos 12 minutos e 25 segundos.

Hoteis do PCC

Marcelo Carames, o Mau, é acusado de liderar o esquema e está foragido. Segundo a investigação, ele seria dono de ao menos quatro hotéis e cumpria a função de administrar a rede do PCC na região.

Dezenas de pessoas também são investigadas no inquérito. Ao todo, o Denarc aponta 90 endereços que cumpriam a função de armazenar drogas e abastecer o tráfico na Cracolândia. Os locais incluem hotéis, pensões, bares e prostíbulos.

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Marcelo Carames, o  "Mau"
Paula Pereira Rocha, esposa de Deco e investigada por ajudar no esquema
Marilene Borge Coelho, esposa de Mau e investigada por ajudar no esquema
Adilson Gomes da Silva, o "Deco", apontado como nº 2 e "disciplina" na Cracolândia
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Mau e a companheira em fotos na intimidade

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Marcelo Carames, o "Mau"

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Paula Pereira Rocha, esposa de Deco e investigada por ajudar no esquema

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Marilene Borge Coelho, esposa de Mau e investigada por ajudar no esquema

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Adilson Gomes da Silva, o "Deco", apontado como nº 2 e "disciplina" na Cracolândia

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Segundo a polícia, o esquema envolve o registro dos imóveis e dos supostos serviços de hospedagem em nome de laranjas, que são escolhidos pela facção. A investigação identificou, ainda, que a propriedade troca de mão em mão entre os integrantes do grupo para dificultar o monitoramento da polícia.

Foram identificados casos, por exemplo, de pessoas que figuram, ao mesmo tempo, como sócio de um hotel e funcionário de outro. Também há negócios que são registrados até no nome de adolescente.

Megaoperação

A terceira fase da Operação Downtown cumpriu 140 mandados de busca e apreensão e terminou com ao menos 15 prisões. O objetivo era desmantelar a rede de hotéis usada pelo PCC.

Os policiais apreenderam 80 gramas de dry, 110 gramas de crack, 6 quilos de skunk e 22,6 quilos de cocaína. Também encontraram um revólver calibre 38 e 73 munições.

Durante o cumprimento dos mandados, os investigadores recolheram, ainda, 38 celulares e R$ 27,6 mil em dinheiro vivo.

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