Polícia investiga se adolescente que matou a família agiu sozinho
Celular de adolescente foi encaminhado para perícia; em depoimento, garoto disse que “confisco” do aparelho motivou assassinato dos pais
atualizado
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São Paulo — A Polícia Civil investiga se o adolescente de 16 anos que matou os pais e a irmã na Vila Jaguara, na zona oeste de São Paulo, agiu sozinho ou se foi influenciado por terceiros. A equipe de investigação do 33º Distrito Policial da capital encaminhou o aparelho celular e o computador do garoto para a perícia. O objetivo é mapear o comportamento do garoto por meio de trocas de mensagens nas redes sociais.
Em um primeiro momento, a equipe de investigação não encontrou indícios de que o menor infrator tenha sido incentivado por alguém a matar a família. No entanto, nenhuma hipótese é descartada no momento.
Em depoimento informal, o adolescente disse à polícia que decidiu cometer o ato infracional após os pais confiscarem seu aparelho celular. Na sexta-feira (17/5), o garoto teria pegado a arma do pai, que era guarda civil municipal de Jundiai e, assim que ele chegou em casa, por volta das 13h, deu um tiro em sua nuca.
A irmã, que estava no andar de cima da casa, foi morta em seguida, após perguntar de onde veio o barulho de disparo. A mãe foi morta horas depois, às 19h, assim que chegou em casa e se deparou com o corpo do marido. O garoto só comunicou a polícia sobre o ocorrido na madrugada dessa segunda-feira (20/5).
Teste de higidez mental
A equipe de investigação analisa a possibilidade de submeter o adolescente a um exame de higidez mental. Chamou a atenção dos policiais o fato de, em depoimento, o menor de idade ter ficado surpreso quando foi informado que seria detido e encaminhado para a Fundação Casa.
Também impressionou a equipe de investigação a naturalidade com que o garoto confessou ter matado os pais e conviveu com os corpos por mais de dois dias. Segundo o depoimento, ele manteve sua rotina, fazendo refeições ao lado dos cadáveres e indo à academia.
Se ficar comprovada insanidade, ele pode ficar internado por tempo indeterminado.
Uma das linhas de investigação leva em consideração a possibilidade de o adolescente ter decidido matar os pais por motivo fútil — o fato de ficado sem seu celular. Isso, segundo a polícia, poderia ser um agravante.