Polícia investiga morte suspeita de ativista indígena Cacique Daran
Corpo de Cacique Daran foi encontrado em carro na aldeia Tekoa Porâ; esposa diz ter encontrado o corpo na manhã de quinta-feira
atualizado
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São Paulo – O Cacique Daran, líder da aldeia Tekoa Porâ, foi encontrado morto na manhã dessa quinta-feira (18/10) em Itaporanga, no interior de São Paulo. O corpo do homem de 57 anos estava dentro de um carro na própria aldeia.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o caso foi registrado como morte suspeita na Delegacia de Itaporanga e será investigado pela Polícia Civil.
O registro da ocorrência diz que policiais militares foram acionados para prestar apoio a uma equipe do Samu e, ao chegarem no local indicado, se depararam com o corpo já sem vida.
A esposa do cacique relatou aos agentes que eles tinham chegado à aldeia na noite anterior, após uma festa e que o marido decidiu permanecer no veículo. Ela disse que, quando acordou no dia seguinte, percebeu que Daran não estava em casa e o localizou no carro.
Cacique Daran
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) lamentou a morte do cacique e disse que ele foi um “ativista incansável”, dedicando sua vida à luta pelos direitos dos povos indígenas.
“Foi um notável articulador, desempenhando um papel fundamental junto à Articulação dos Povos Indígenas do Sudeste (ARPIN SUDESTE), contribuindo significativamente para o crescimento desse movimento. Sua atuação também se uniu a outras articulações nacionais, incluindo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), na defesa contra a desestruturação da política indigenista do último governo, como um notável interlocutor para seu povo”, diz a fundação.
Até 2006, Daran atuou na região da Terra Indígena Araribá, no oeste paulista. Segundo a Funai, na sequência, “ele seguiu uma jornada em busca de seu território ancestral, onde seus antepassados viveram, dando início a um processo de retomada na região de Itaporanga, em São Paulo, juntamente com seus parentes e fundando a Aldeia Tekoa Porã”.
O Conselho Indigenista Missionário também lamentou a morte do cacique. Em nota, a entidade diz que ele se destacou na luta por direitos territoriais e na área de saúde, tendo participado das mobilizações e debates que resultaram na criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena.