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Polícia de SP suspeita de conivência de ocupação do MTST com o tráfico

Investigadores afirmam que tráfico de drogas na zona sul de SP conta com a conivência da ocupação Nova Palestina, do MTST

atualizado

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Ocupação Nova Palestina
1 de 1 Ocupação Nova Palestina - Foto: Reprodução/Google

São Paulo – A Polícia Civil paulista suspeita que moradores de uma ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) na zona sul da capital estejam sendo coniventes com o tráfico de drogas da região, permitindo que a área seja usada como ponto de apoio para os criminosas.

A ocupação Nova Palestina (foto em destaque) é uma área ocupada por mais de mil pessoas do MTST desde 2013, na Estrada do M’Boi Mirim, no extremo da zona sul paulistana. Segundo a polícia, a região tem alta incidência de crimes de tráfico de drogas.

Investigadores ouvidos pelo Metrópoles sob reserva afirmam que cerca de 20 traficantes de droga presos na região desde o início do ano frequentavam a ocupação.

Embora nenhum desses flagrantes tenha ocorrido dentro da Nova Palestina, os suspeitos já tinham sido vistos por policiais no local e contariam com suporte da comunidade para fugir das abordagens policiais e até para esconder drogas.

No ano passado, o 100° Distrito Policial (DP), responsável pela áerea, prendeu em flagrante 81 pessoas por tráfico. Em 21 casos analisados pelo Metrópoles, os suspeitos foram detidos no entorno da ocupação do MTST, após serem flagrados por policiais à paisana que montaram campanas para deter os traficantes.

As investigações sobre uma ação organizada do tráfico na região ainda estão em estágio inicial. Um dos pontos de venda de drogas ficaria exatamente na frente da ocupação, em uma esquina da Estada do M’Boi Mirim com a Rua Clemency. Moradores e líderes da ocupação do MTST não são formalmente investigados.

Por meio de nota, o MTST refuta as suspeitas e vê ação política da polícia. “A própria reportagem afirma que nenhum integrante do movimento está implicado nas investigações”, diz a nota. “Por isso, lamentamos mais uma tentativa de criminalizar o MTST, que atua na luta por moradia há 25 anos e já conquistou casa e teto para mais de 15 mil pessoas.”

Em 2020, durante o período de eleições municipais, uma pessoa foi presa dentro da ocupação em uma operação policial. Na ocasião, o MTST também acusou a polícia de agir de forma política e negou relação entre a ocupação e o tráfico de drogas.

Disputa política

A ocupação Nova Palestina está no centro de uma disputa política entre a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), coordenador nacional do MTST.

Boulos cobra que Nunes cumpra um acordo que teria sido firmado por seu antecessor, Bruno Covas, morto em 2021, que previa a regularização da área e a produção de moradias para seus habitantes.

Nunes afirma que não havia acordo firmado e que área, que é de proteção ambiental, precisa ser desocupada e recuperada.

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