Polícia apura se médico abusou de paciente em cirurgia na Santa Casa

São Paulo — A Polícia Civil de São Paulo instaurou um inquérito para apurar uma suspeita de assédio sexual cometido por um médico na Santa Casa de Misericórdia da capital.

Ramiro Joaquim de Carvalho Neto, de 33 anos, teria sido filmado passando a mão na região genital de uma mulher durante uma cirurgia no final de abril. A vítima estava anestesiada no momento do abuso.

O ortopedista foi afastado pelo hospital. Em um primeiro momento, no entanto, a instituição não denunciou o caso à polícia. A ideia, segundo a diretoria, seria apurar o ocorrido por meio de uma sindicância interna e sigilosa antes de fazer um boletim de ocorrência.

O inquérito foi aberto na semana passada após pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP). A equipe de investigação do 77º Distrito Policial (Santa Cecília) já solicitou informações ao Conselho Regional de Medicina (Cremesp).

A Secretaria da Segurança Pública informou que detalhes sobre a investigação serão preservados por se tratar de um crime de cunho sexual.

Em nota divulgada quando o caso foi revelado, a Santa Casa afirmou que repudia veementemente qualquer “ato de assédio ou importunação que fira a dignidade humana, assim a sindicância seguirá no firme propósito de apurar toda e qualquer responsabilidade”.

Denúncia na Unicamp

Ramiro de Carvalho Neto também é alvo de uma denúncia de importunação sexual na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde cursou a graduação em medicina.

Uma sindicância foi aberta pela universidade em 2013, quando teriam ocorrido os assédios. Ele estava no segundo ano de faculdade.

Segundo descrito na sindicância obtida pela Folha de S.Paulo, durante a realização de jogos universitários, uma estudante afirmou ter acordado com o Ramiro com o pênis à mostra e as mãos nas partes íntimas dela. A jovem disse ter ficado traumatizada e sem conseguir frequentar as aulas por meses.