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Polícia apura incêndio em base da GCM; atentado não está descartado

Prefeitura de Santos disponibilizou imagens de câmeras a polícia; equipe de investigação aguarda laudo do Instituto de Criminalística

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Base da GCM e do Samu em Santos
1 de 1 Base da GCM e do Samu em Santos - Foto: Reprodução

São Paulo – A Polícia Civil de Santos investiga o que teria provocado o incêndio em uma base usada pela Guarda Civil Municipal e pelo Samu, na noite dessa quinta-feira (14/3). Uma das hipóteses é que um curto circuito tenha dado início às chamas, mas uma ação orquestrada do Primeiro Comando da Capital (PCC) não está descartada.

De acordo com a Prefeitura de Santos, imagens das câmeras de segurança serão disponibilizadas à polícia para identificar eventuais responsáveis.

A gestão municipal afirma que o incêndio destruiu a maior parte da estrutura da edificação, além de documentos e alguns pertences de servidores. Um quadriciclo da Secretaria do Meio Ambiente também foi danificado. Os prejuízos ainda são calculados.

Assista:

Segundo a prefeitura, no momento em que começaram as chamas, as equipes não estavam na base. Após o incêndio, elas foram deslocadas para outras unidades, e o atendimento à população não sofreu prejuízos. Após a perícia da Polícia Científica, será feita a limpeza do espaço.

Na noite de segunda-feira (11/3), ônibus foram incendiados na zona noroeste da cidade após a morte de Cristiano Lopes da Costa, o Meia Folha, apontado como um dos líderes da facção no Guarujá. A Prefeitura de Santos chegou a suspender o funcionamento da frota em alguns bairros.

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Desde o fim de fevereiro, três homens apontados como integrantes do PCC foram mortos no estado. Autoridades policiais ouvidas pelo Metrópoles atribuem os crimes ao racha na cúpula da facção. Segundo elas, a Baixada Santista pode se tornar palco de uma guerra interna do PCC.

Mortes

No último dia 25, Donizete Apolinário da Silva foi executado a tiros em Mauá, na Grande São Paulo. O homem, de 55 anos, era apontado como aliado do líder supremo do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e integrante da chamada “Sintonia Final”, alta cúpula da facção.

Horas antes da morte de Meia Folha, na terça-feira (12/3), Luís dos Santos Rocha, o “Luís Conta Dinheiro”, foi fuzilado quando chegava de carro em sua casa, em Atibaia, por volta das 17h, após ser beneficiado com uma saidinha temporária. Ele era apontado como “tesoureiro do PCC” na região.

Fontes policiais afirmaram ao Metrópoles que Luís já havia sido alvo de outra tentativa de homicídio, em janeiro deste ano, também quando estava em uma saída temporária do presídio.

Já Meia Folha foi morto a tiros em uma lanchonete de Vicente de Carvalho, no Guarujá. Testemunhas dizem que os disparos foram feitos por um homem que passou pelo local de moto.

Moradores da Baixada Santista relatam um suposto “toque de recolher” na região após a morte de Meia Folha. Segundo eles, comércios fecharam mais cedo e motoristas de aplicativo teriam sido orientados a parar de circular.

Racha no PCC

O racha na cúpula do PCC divide a facção em dois grupos formados por ex-aliados. De um lado, Marcola, líder máximo; do outro, Roberto Soriano, o Tiriça, Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, e Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho. Todos estão presos na Penitenciária Federal de Brasília.

O principal motivo da briga seria um diálogo gravado entre Marcola e policiais penais federais, na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Na ocasião, o líder máximo da facção chegou a afirmar que Roberto Soriano, o Tiriça, número dois na hierarquia da facção, era um “psicopata”.

A declaração foi usada por promotores durante o julgamento de Tiriça, que foi condenado a 31 anos e 6 meses de prisão, em 2023, por ser o mandante do assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo. A fala de Marcola teria sido interpretada por Tiriça como uma espécie de delação.

O então número 2 do PCC teria se unido a Vida Loka e Andinho, também presos em Brasília, para pedir, por meio do chamado “salve”, a morte e a expulsão de Marcola do PCC. Em fevereiro, contudo, a cúpula da facção emitiu comunicado que decretou a expulsão de Tiriça, Vida Loka e Andinho da organização criminosa, por “traição”.

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