Polícia acha 1,8 tonelada de cocaína e dá prejuízo de R$ 800 mi ao PCC
Carga de cocaína foi apreendida em um “laboratório” do PCC, que funcionava em uma chácara em Rio Grande da Serra, na Grande São Paulo
atualizado
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São Paulo – A Polícia Civil estima que o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que comanda o tráfico de drogas no estado, sofreu prejuízo de cerca de R$ 800 milhões por causa da apreensão de 1,8 tonelada de cocaína em uma chácara, em Rio Grande da Serra, na Grande São Paulo, na quarta-feira (3/7).
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o endereço era monitorado pela suspeita de abrigar um “laboratório” do tráfico no local. O imóvel que escondia a carga de cocaína fica na Vila Lídia, em uma área de difícil acesso, cercada por mata, na zona rural do município.
O valor estipulado do prejuízo do PCC foi calculado com base no preço da comercialização de cocaína na Europa e na Ásia, os principais destinos da droga exportada pela facção criminosa. Investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) estima que o grupo fature R$ 5 bilhões por ano com o tráfico.
No dia da apreensão, investigadores de campana perceberam a aproximação de um veículo. Após o carro entrar no imóvel, um policial subiu no portão da chácara, para observar a movimentação no interior, e foi “surpreendido por disparos feitos pelos criminosos”, de acordo com a SSP.
“Outros agentes tentaram intervir, mas também foram alvo dos tiros. Os investigadores conseguiram entrar na propriedade, mas quatro criminosos conseguiram fugir para a mata”, diz a pasta. Um celular e um carro, ligados aos suspeitos, foram apreendidos.
Laboratório
A SSP diz que, na parte superior da casa, funcionava uma área de “produção” e embalo de cocaína e crack em larga escala. No local, havia três máquinas empacotadoras e diversos materiais para manusear as drogas.
No mesmo pavimento, foram encontrados diversos galões contendo líquidos e 350 tijolos de pasta-base, parte deles guardada em sacos plásticos. Os policiais também encontraram apetrechos usados para refinar os entorpecentes.
Já na área externa do imóvel, os agentes acharam uma caixa d’água, no meio da mata, usada para guardar grande quantidade de cocaína. A ação também contou com a ajuda de um cão farejador.
O caso foi registrado na Delegacia Policial de Rio Grande da Serra. A droga foi encaminhada para a sede do Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes (Denarc), da capital paulista.
Apreensão no Porto de Santos
A operação na chácara em Rio Grande da Serra se soma à outra grande apreensão de cocaína esta semana: a Polícia Federal (PF) encontrou, na terça-feira (2/7), 880 quilos de cocaína distribuídos em sacas de açúcar no interior de um contêiner no Porto de Santos, no litoral paulista.
Foi a maior apreensão do ano no porto, um dos principais escoadouros usados pelo PCC para despachar cocaína para países da África e da Europa. A ação policial também provocou um prejuízo milionário à facção criminosa. Ninguém foi preso.