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Poda de árvores é com o município, diz presidente da Enel em CPI

Depoimento de Max Xavier Lins, presidente da Enel, à CPI na Alesp teve oito horas de duração e foi precedido por quedas de energia

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Letícia Teixeira/Alesp
Fotografia colorida mostra o presidente da Enel, Max Xavier Lins, em depoimento à CPI na Alesp
1 de 1 Fotografia colorida mostra o presidente da Enel, Max Xavier Lins, em depoimento à CPI na Alesp - Foto: Letícia Teixeira/Alesp

São Paulo – O presidente da Enel, Max Xavier Lins, disse à CPI que investiga a empresa na Assembleia Legislativa (Alesp) que as quedas de árvores, provocadas pelas rajadas de ventos que ocorreram com a tempestade de 3/11, estão entre os principais motivos para o apagão que afetou mais de 2 milhões de pessoas na Grande São Paulo.

“O evento do dia 3/11 foi extremo, previa-se ventos de 55 km/h e foram 105 km/h. Os efeitos disso foram devastadores, sobretudo numa área onde há muita arborização”, disse Lins em depoimento à CPI na Enel, nesta terça-feira (14/11), que durou cerca de oito horas.

Lins afirmou que, atualmente, a área de concessão da Enel abrange cerca de 3 milhões de árvores e que 95% das falhas na distribuição de energia foram fruto de interferências provocadas por galhos de árvores enganchados à fiação.

Em mais de uma ocasião, Lins enfatizou a responsabilidade das prefeituras na poda de árvores, o que provocou ataques de prefeitos de sete municípios da Grande São Paulo que estiveram na sessão.

“A legislação federal e várias legislações municipais dizem a mesma coisa: poda, manejo e tratamento de árvores é [de responsabilidade] do município. No Brasil é assim”, disse Lins.

Podas de árvores

A questão dos “elementos arbóreos”, nome técnico utilizado para se referir às árvores enganchadas em fios elétricos, tem promovido um cabo de guerra entre a Enel e as prefeituras, que dividem a responsabilidade pela remoção ou poda de árvores próximas às fiações.

Durante o depoimento, Lins disse que há um “convênio que funciona muito bem” entre a companhia, os municípios e as empresas de telecomunicação que dividem o espaço das fiações.

“O convênio de podas foi firmado há dois anos e meio e estabelece condições mútuas de podas, que tipos de podas [serão feitas] e como haverá intervenção”, afirmou.

O presidente da Enel também acrescentou que “as redes são majoritariamente aéreas por muitos anos, por muitas décadas” e que a discussão sobre como lidar com a fiação elétrica deve ser debatida de forma conjunta.

“Passado esse momento, vamos sentar com todos os prefeitos, passar esses pontos de satisfação e construir uma realidade que nos contemple”, disse Lins.

Enel fala em ressarcimento de clientes

No depoimento, Lins afirmou que a Enel pretende indenizar quem sofreu com a perda de alimentos, mesmo que isso não esteja “previsto no contrato” de concessão, e equipamentos eletrônicos durante o apagão.

“Vamos dispensar de três laudos para apenas um orçamento, para que seja compatível com a ordem de grandeza do equipamento”, explicou sobre as indenizações de equipamentos eletrônicos.

O presidente da empresa foi duramente cobrado, mais de uma vez, sobre o fato de os pedidos de indenização serem feitos apenas de forma eletrônica, o que pode prejudicar em situação de vulnerabilidade social e até mesmo casos em que as pessoas se encontram sem internet pela falta de luz.

Lins respondeu que a Enel está “sensível” à situação dos mais vulneráveis e que pretende auxiliá-los de alguma forma, nos próximos 30 dias, embora não tenha apresentado um plano concreto.

“O que vamos fazer, não sabemos, mas estamos sensíveis e pretendemos encontrar uma forma objetiva e clara”, disse.

O presidente da CPI, deputado Thiago Auricchio (PL), ironizou a situação e disse que a Enel deveria começar indenizando a própria Alesp, que sofreu com duas quedas de energia durante a sessão e, segundo o deputado, danificaram uma televisão.

Presidente da Enel justifica ausência em 3/11

Questionado sobre sua ausência nas primeiras horas após o temporal de 3/11, Lins admitiu que não se encontrava em São Paulo e justificou que sua presença não era importante no momento porque a empresa conta com “equipes com competência para atuar nos momentos de crise”.

“A minha presença era irrelevante diante dessa situação de crise”, afirmou ele. “Imediatamente eu vim para São Paulo. Eu estava fora e vim para São Paulo imediatamente. Articulei com os prefeitos, inclusive, de fora de São Paulo”, afirmou.

Antes do depoimento de Lins, a Alesp sofreu duas quedas de energia, já na presença do presidente da concessionária de energia elétrica (veja abaixo). Em nota, a Enel afirmou que oscilação “não tem relação com a rede de distribuição da companhia”. A informação foi endossada por Lins durante seu depoimento.

O executivo também disse que a companhia investiu o equivalente a mais de 50% do valor obtido com os lucros e que o cliente da Enel, atualmente, “está bem melhor em relação a 2017”.

A Enel é concessionária de energia elétrica do Estado desde 2018, quando a distribuidora, que pertencia à americana AES, vendeu suas ações para o grupo italiano.

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