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PMs furtaram relógio em abordagem e acessaram app de banco de vítima

Soldado e cabo das Rondas com Motocicletas da PM foram presos em flagrante por furto de relógio de luxo e dinheiro de homem em abordagem

atualizado

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Dois homens de costas, com roupas caquis, atrás das quais está escrito PMRG - Metrópoles
1 de 1 Dois homens de costas, com roupas caquis, atrás das quais está escrito PMRG - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo Sob a mira de armas de fogo e graves ameaças, um motorista foi obrigado a retirar do pulso um relógio de luxo, depois de desembarcar de seu Porsche, no último dia 29 em Caieiras, região metropolitana de São Paulo.

A cena se assemelharia a um assalto se não tivesse ocorrido durante uma abordagem feita por dois policiais militares em serviço.

O cabo Elton Aparecido Leforte e um soldado das Rondas com Motocicletas (Rocam) foram presos em flagrante e, no dia seguinte, o Tribunal de Justiça Militar (TJM) determinou que ficassem por tempo indeterminado atrás das grades, durante o andamento do processo.

Alegando falsamente que o carro da vítima estaria envolvido em um caso de estelionato, os dois policiais abordaram o motorista quando o veículo de luxo circulava pela Avenida Marcelino Bresciani. Durante a abordagem, como consta na denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), obtida pelo Metrópoles, o soldado da Rocam pegou o celular do motorista e acessou fotos, conversas pessoais, além de obrigar a vítima a entrar em aplicativos bancários para checar os créditos existentes.

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Loja foi acessado no período noturno
Soldado que prendeu suspeito também foi detido, meses depois, pelo mesmo tipo de crime
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Suspeito preso com cigarros arrombou grade para entrar em mercado

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Loja foi acessado no período noturno

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Soldado que prendeu suspeito também foi detido, meses depois, pelo mesmo tipo de crime

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Enquanto isso, o cabo revistava o veículo de luxo, sem que o abordado tivesse campo de visão da ação.

Os policiais, então, sustentando que o carro de luxo estaria envolvido com atividades criminosos, exigiram R$ 20 mil para deixar a vítima em paz.

O motorista contou aos policiais que não tinha a quantia requerida e que também não sabia da ocorrência do veículo mencionada. Na sequência, o soldado notou que o motorista estava com um relógio caro no braço, da marca Patek Philippe, com modelos cujos valores oscilam entre R$ 25 mil e R$ 6 milhões.

O PM então obrigou a vítima a tirar o item do pulso e colocá-lo na porta do Porsche.

Os agentes também exigiram o número de telefone do motorista. Eles pretendiam entrar em contato posteriormente para informar valores que ele teria que entregar, em espécie. A vítima foi liberada e os PMs embolsaram, além do relógio de luxo, R$ 1.600.

Ainda de acordo com a denúncia do MPSP, os PMs tiraram as tarjetas de identificação e também deixaram as câmeras corporais em posição que dificultou o registro da ocorrência.

Flagrante

Cerca de 1h30 depois, os policiais entraram em contato com a vítima, via aplicativo de mensagem, cobrando a propina e combinando um encontro.

O motorista já havia, porém, denunciado a atitude dos policiais à Corregedoria da PM e quando os policiais chegaram no local combinado, por volta das 9h, foram abordados por uma equipe da corporação e levados para dentro da casa da vítima, onde prestaram depoimento.

Com o soldado da Rocam foram encontrados R$ 855 e o relógio subtraído do Porsche. Com Leforte, inicialmente, localizaram R$ 604 e, na sede da Corregedoria, mais R$ 100.

A vítima reconheceu os policiais envolvidos, assim como seu relógio. Além disso, ligou para o número que trocava mensagens e o celular de Leforte tocou. Nesse momento, os PMs foram presos em flagrante.

Eles estão detidos no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte paulistana. Consultado pelo Metrópoles, um dos advogados de Leforte, Luis Antônio Lobo, afirmou que após estudar a documentação do caso iria procurar o cliente para conversar sobre a ocorrência. A defesa do soldado da Rocam não se manifestou. O espaço segue aberto.

O TJM acolheu denúncia do MPSP contra os dois PMs por concussão (usar cargo para obter vantagem indevida), extorsão qualificada e furto.

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