PMs da Rota são investigados por morte de suspeito de integrar o PCC
DHPP investiga ação de PMs da Rota que terminou com morte suposto integrante do PCC, armado com explosivos, na zona leste da capital de SP
atualizado
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São Paulo – O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), unidade de elite da Polícia Civil, investiga três policiais militares (PMs) da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) pela morte do criminoso Ildo Gonçalves do Nascimento, de 49 anos, acusado de fazer parte do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Com passagens por roubo e tráfico de drogas, Ildo foi morto a tiros de fuzil e pistolas na Avenida Eduardo Sabino de Oliveira, na zona leste da capital paulista, às 15h10 dessa quinta-feira (6/6). No carro do suposto integrante do PCC, um Renault Sandero, os PMs da Rota afirmam ter encontrado três cartuchos de emulsão explosiva, duas espoletas pirotécnicas e um segmento de estopim.
Os policiais dizem que receberam, na ocasião, uma denúncia anônima sobre um assaltante, envolvido em roubos a carro-forte, que estaria a caminho de uma reunião em Guarulhos, na Grande São Paulo, para planejar novos ataques.
Segundo a versão dos PMs, a equipe montou uma campana e esperou o carro do suspeito aparecer. Após o suspeito desobedecer a ordem de parada, os agentes o seguiram e emparelharam a viatura.
“Neste momento, o condutor do veículo apontou uma arma de fogo [da marca] Glock e [calibre] 9mm na direção deles, que então reagiram efetuando seis disparos”, diz o boletim de ocorrência, obtido pelo Metrópoles.
PMs investigados
Baleado no rosto e no peito, o suspeito foi levado ao Hospital Geral de Guarulhos, onde teve a morte constatada. Ao analisar o corpo, peritos encontraram um ferimento na nuca, outro no rosto e mais dois no tórax.
Os investigadores apreenderam as armas usadas pelos policiais – um fuzil 7.62 e duas pistolas .40 –, que devem passar por perícia. A pistola 9mm atribuída ao suspeito também será analisada.
Os PMs também foram citados na instauração do procedimento investigatório e devem “constituir defensor no prazo de até 48 horas”, de acordo com o registro.
Já os explosivos encontrados foram apreendidos e encaminhados para o paiol do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da PM.
PCC
De acordo com a denúncia anônima recebida pelos PMs, Ildo seria aliado de Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, liderança histórica do PCC, apontado atualmente como um dos pivôs no racha da facção.
A mesma denúncia também dizia que o suspeito era um dos participantes de roubos a carros-forte no interior do estado no mês de abril. Entre os policiais, há suspeita de que o assaltante tenha sido delatado por alguém do próprio bando.
Investigação anterior já havia ligado o criminoso, ainda, a um assalto na capital paulista e ao tráfico de drogas em Heliópolis, a maior favela de São Paulo, na zona sul da capital paulista.
Ele tinha passagens pela cadeia desde o final da década de 1990.