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PMs da operação escudo viram réus acusados de matar homem desarmado

TJSP acatou denúncia do Ministério Público que diz que PMs mataram um homem desarmado e plantaram uma pistola na cena do crime

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Reprodução/Polícia Civil
Imagem colorida de perfil de homem com camiseta vermelha; ele foi morto por PMs no litoral de São Paulo - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de perfil de homem com camiseta vermelha; ele foi morto por PMs no litoral de São Paulo - Metrópoles - Foto: Reprodução/Polícia Civil

São Paulo — Dois policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) viraram réus após o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) aceitar nesta quarta-feira (24/4) a denúncia do Ministério Público que diz que os PMs mataram um homem desarmado e plantaram uma pistola na cena de um crime ocorrido em julho de 2023, no Guarujá, litoral sul de São Paulo.

Segundo a denúncia, os policiais Rafael Perestrelo Trogillo e Rubem Pinto Santos teriam matado Jefferson Ramos Diogo, de 34 anos, com quatro tiros que atingiram queixo, costas, perna esquerda e braço direito, em uma favela localizada na rua Quatro, no Guarujá.

Além da morte, os agentes são acusados de terem plantado uma pistola na cena do crime. De acordo com depoimentos dados pelos PMs à época, o homem teria apontado uma pistola aos agentes após avistar a viatura em que estavam. Os policiais então teriam disparado oito tiros de fuzil contra a vítima.

Na primeira versão do boletim de ocorrência registrado à época não há menção de disparos efetuados por Jefferson. Depois de cinco horas, o BO foi atualizado com a informação de que houve troca de tiros, já na madrugada do domingo (30/7).

Além do boletim controverso, a versão dos policiais aponta que o homem foi encontrado com uma pistola .40 com oito munições, um carregador de pistola 9 milímetros e porções de drogas em uma mochila.

Entretanto, o Ministério Público afirmou à TV Tribuna que Jefferson estava desarmado e que os policiais sabiam desse fato: “Os denunciados, mesmo com câmeras operacionais, não hesitaram simular a apreensão de uma pistola ao lado do corpo de vítima que, em verdade, estava desarmada”, diz trecho da denúncia apresentada pelo MP.

Um dos agentes, Rubem Pinto Santos ainda se colocou de lado para a cena afim de evitar que as câmeras corporais registrassem o fato de a vítima estar desarmada.

Outros dois policiais participaram da ação. Um deles não foi denunciado pelo MP. O outro é Samuel Wesley Cosmo, policial morto na Operação Verão em 2 de fevereiro deste ano, óbito que desencadeou a terceira fase da ação policial no litoral.

Trabalhos administrativos

A decisão do juiz Edmilson Rosa dos Santos determinou o afastamento dos PMs Rafael Perestrelo Trogillo e Rubem Pinto Santos das operações realizadas nas ruas. Apesar das denúncias, os agentes continuarão trabalhando em demandas administrativas durante as investigações.

Operação Verão

Oficialmente a Operação Verão durou 58 dias. A iniciativa militar teve início no dia 2 de fevereiro após a morte do do soldado Samuel Wesley Cosmo, da Rota, e deixou 56 mortos em supostos confrontos com a PM em cidades da Baixada Santista. Foi encerrada no início de abril pelo secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.

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