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PM registra 1 queixa por perturbação do sossego a cada 2 minutos em SP

Polícia Militar (PM) recebeu 281 mil chamadas por perturbação do sossego em 2023 na capital de SP; entre as queixas estão os pancadões

atualizado

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Imagem colorida de aglomeração de pessoas em baile funk, tomando toda uma rua - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de aglomeração de pessoas em baile funk, tomando toda uma rua - Metrópoles - Foto: Reprodução/Instagram

São Paulo — A Polícia Militar (PM) recebeu 281.398 chamadas para atender casos de perturbação do sossego na capital paulista ao longo do ano passado, número equivalente a uma queixa a cada dois minutos.

Entre as reclamações estão os bailes funks, popularmente conhecidos como pancadões, que se concentram nos bairros mais periféricos da cidade, nos fins de semana.

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Cartaz de baile orienta para "não urinar" em frente às casas
Bailes são ilegais e concentram milhares de pessoas
Pancadões duram por pelo menos 10 horas
Barulho, drogas e sexo infernizam moradores
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Milhares se aglomeram em rua do zona sul

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Cartaz de baile orienta para "não urinar" em frente às casas

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Bailes são ilegais e concentram milhares de pessoas

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Pancadões duram por pelo menos 10 horas

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Barulho, drogas e sexo infernizam moradores

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Só na Rua Maria Luíza do Espírito Santo, no Jardim Miriam, zona sul paulistana, foram 32 reclamações no ano passado, um aumento de 540% em relação a 2022.

Como mostrou o Metrópoles neste sábado (24/2), os pancadões no Jardim Miriam estão infernizando a vida dos moradores da região, aos fins de semana, há cerca de um ano.

Além do som alto, a festa é regada a bebidas alcoólicas, consumo dos mais variados tipos de drogas ilícitas e até sexo no meio da rua.

Uma moradora afirmou que os bailes funk deixam seu neto, ainda criança, transtornado. O garoto costuma passar os fins de semana na casa dela e fica “apavorado” por causa do barulho incessante das caixas de som na rua, que começa no meio da tarde e invade a madrugada.

“Nossa situação é apavorante, porque a gente não sabe como agir. Estamos presos dentro de casa. Se precisar ir ao hospital, não consigo sair de minha própria casa, porque o portão é tomado por uma multidão gigantesca. Eles brigam com a gente”, afirma a mulher, que pediu para não ter o nome publicado.

Ela acrescenta que, quando sai de casa, antes do início dos bailes, corre o risco e não conseguir voltar, caso o fluxo do pancadão tome a rua. “Eles não deixam carros passarem. Estou desesperada”, diz.

O único veículo permitido nos bailes são os carros equipados com o “paredão”, como são chamadas as potentes caixas de som que tocam funk no último volume.

Para o desespero dos moradores, um desses carros, o “Celta dos Fluxos”, está confirmado para o baile deste domingo (25/2), como consta no cartaz de divulgação do Baile do Sulma (veja galeria acima).

O início do evento clandestino está previsto para as 16h. Pelo padrão das festas, o pancadão deve se estender até as 2h de segunda-feira (26/2), atormentando a sono de quem acorda cedo para trabalhar.

O problema não é exclusivo da zona sul paulistana. A reportagem apurou que outros pancadões são organizados em todas as regiões da cidade, com dimensões ainda maiores do que as do Jardim Miriam.

O que dizem as autoridades

Procurada pelo Metrópoles, a Polícia Militar afirma que tem realizado “diversas operações” nas imediações do Jardim Miriam nos últimos dois anos, com reforço do policiamento, pontos de estacionamento e ocupações antecipadas, “objetivando, principalmente, o impedimento de instalação de ‘pancadões'”.

Já a Prefeitura de São Paulo afirma que constatou, durante fiscalização feita no ano passado, que o nível de ruído emitido no Jardim Miriam “excedia os limites permitidos”, e que formalizou um “termo de orientação” na ocasião.

“Em fevereiro deste ano, uma nova tentativa de vistoria foi realizada, mas foi inviabilizada pela Polícia Militar, devido ao risco à segurança da equipe”, afirma trecho da nota.

Denúncias sobre pancadões ou outras atividades que provoquem perturbação do sossego podem ser feitas por meio dos telefones 156, da Prefeitura, e 190, da PM.

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