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PM que matou jovem negro em frente a mercado é afastado da corporação

Segundo a SSP, as investigações ainda estão em curso e, em caso de responsabilização do PM, ele pode ser expulso da corporação

atualizado

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Câmera de segurança de mercado - Metrópoles
1 de 1 Câmera de segurança de mercado - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo — O policial militar Vinicius de Lima Brito, que executou Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, com 11 tiros, foi afastado da corporação confirmou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) nesta segunda-feira (2/12).

Segundo a pasta, a investigação captou imagens do ocorrido, juntou aos autos e estão analisando para ajudar na apuração dos fatos.

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O jovem negro foi morto a 11 tiros pelo policial militar Vinicius de Lima Britto
Antes de ser baleado e morrer, Gabriel furtou dois produtos de limpeza em uma unidade do Oxxo
Gabriel Renan da Silva Soares
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O PM armado não estava uniformizado

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O jovem negro foi morto a 11 tiros pelo policial militar Vinicius de Lima Britto

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Antes de ser baleado e morrer, Gabriel furtou dois produtos de limpeza em uma unidade do Oxxo

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Gabriel Renan da Silva Soares

Material cedido ao Metrópoles

Além disso, a SSP afirmou que familiares da vítima foram ouvidos e as autoridades estão tentando localizar e qualificar a testemunha que esbarrou na vítima momentos antes dele ser alvejado.

De acordo com a pasta, se as apurações responsabilizarem criminalmente o agente da PM, medidas administrativas serão adotadas, incluindo a possibilidade de processo disciplinar e uma possível exclusão da Polícia Militar.

Família pede justiça

O jovem foi morto no dia 3 de novembro, após ser atingido com três tiros no tórax, dois no dedo anelar da mão esquerda, um no antebraço esquerdo, três no antebraço direito, um no ouvido e um no rosto, em frente a um mercado no bairro Jardim Prudência, na zona sul de São Paulo.

Em imagens das câmeras de segurança, é possível ver que Gabriel Renan foi alvejado por diferentes ângulos.

“Era um jovem sonhador, que infelizmente era dependente químico, mas estava tentando se livrar do vício. Há poucos meses, internou-se voluntariamente [na reabilitação]. Estava trabalhando na subprefeitura fazendo limpeza”, conta Fátima Taddeo, advogada e tia da vítima. “Uma pessoa que não fazia mal a ninguém”, lamenta.

Os pais da vítima denunciaram o PM por execução. Segundo o boletim de ocorrência obtido pelo Metrópoles, o agente alegou legítima defesa.

Os disparos feitos pelo PM com uma pistola Glock .40 ocorreram no estacionamento do mercado Oxxo, localizado na Avenida Cupecê, pouco antes das 23h do dia 3. O corpo de Gabriel Renan permaneceu no local até a manhã do dia 4. Um parente da vítima, inclusive, passou pelo estabelecimento pouco depois do ocorrido e viu que alguém tinha sido assassinado, mas não sabia que se tratava do próprio irmão.

“Os atendentes falaram de forma muito insensível que um ‘noia’ tinha morrido”, revela Fátima. Horas depois, ao constatarem que Gabriel estava demorando muito a voltar para casa, o pai e a mãe começaram uma busca. Ao procurarem o filho pela região, Antônio Carlos e Silvia chegaram ao mercado; o corpo já havia sido recolhido, mas eles reconheceram o filho baleado por meio de uma foto tirada por atendentes do Oxxo.

Versões do PM e do mercado Oxxo

Conforme o boletim de ocorrência, o policial militar Vinicius de Lima Britto estava de folga e fazendo compras no mercado Oxxo quando viu Gabriel furtando produtos de limpeza. Ao ser abordado, segundo o agente, o jovem negro o confrontou.

“Gabriel colocou a mão dentro da blusa, como se estivesse armado e afirmou estar armado”, consta no relato do PM. “O que obrigou Vinicius a efetuar disparos contra Gabriel, que veio a óbito no local”, descreve o BO.

De acordo com a SSP, o caso está sendo investigado pela Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável por apurar casos de Morte Decorrente de Intervenção Policial (MDIP). “Foram solicitados exames periciais ao IC [Instituto de Criminalística] e IML [Instituto Médico Legal], cujos laudos estão em andamento e, assim que concluídos, serão encaminhados para análise da autoridade policial. Demais diligências são realizadas visando o esclarecimento dos fatos”, apontou a pasta, em nota.

Também procurada pelo Metrópoles, a assessoria de imprensa da rede Oxxo destacou que o PM envolvido não é funcionário do mercado. “O Oxxo pauta suas ações no respeito às pessoas e lamenta profundamente o ocorrido na noite de 3 de novembro, na unidade da Avenida Cupecê, entre dois clientes. A rede informa que seus colaboradores acionaram imediatamente as autoridades e que as imagens do sistema de segurança estão à disposição dos órgãos competentes a fim de contribuir com a investigação”.

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