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PM que é réu por tráfico na Cracolândia já foi laureado por comandante

Um mês antes de ser preso por tráfico de drogas, soldado da PM foi homenageado por comandante do batalhão responsável pela Cracolândia

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Imagem colorida de policial militar preso acusado de vender entorpecentes na Cracolândia. Ele é um homem pardo, de cabelo curto e está de uniforme - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de policial militar preso acusado de vender entorpecentes na Cracolândia. Ele é um homem pardo, de cabelo curto e está de uniforme - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo – O soldado da Polícia Militar (PM) Geovany Jorge Alves da Silva Júnior, de 37 anos, foi laureado pelo comandante do 13º Batalhão, responsável pela área da Cracolândia, no centro da capital paulista, menos de um mês antes de acabar preso em flagrante por tráfico de drogas na região.

O soldado Geovany era motorista do tenente-coronel Armando Luiz Pagoto Filho, então comandante do 13º BPM/M e recebeu a “Láurea do Mérito Pessoal em 3º Grau” em julho de 2023. Essa honraria (veja abaixo) é destinada a reconhecer a qualidade dos serviços prestados pelo agente policial.

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Soldado da PM foi preso em flagrante pro tráfico de drogas na Cracolândia
O objetivo é coibir o tráfico de drogas na Cracolândia
Operação da Polícia Civil na Cracolândia, no centro de São Paulo
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Soldado da PM recebeu láurea no mês anterior à prisão por tráfico

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Soldado da PM foi preso em flagrante pro tráfico de drogas na Cracolândia

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O objetivo é coibir o tráfico de drogas na Cracolândia

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Operação da Polícia Civil na Cracolândia, no centro de São Paulo

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O comandante rasga elogios ao PM na homenagem. Segundo escreve, o soldado tinha “boa relação com todos”, era “um membro importantíssimo de uma equipe que trabalha em sintonia e de forma coordenada” e representava “um exemplo a ser seguido por seus pares”.

“Concedo a Láurea (…) por estar agindo proativamente na função de motorista do Comandante do Batalhão, apoiando positivamente em todas as missões que lhe são determinadas (…). Abdicou por diversas vezes de seus horários de folga”, diz o documento, obtido pelo Metrópoles.

Prisão

Em 17 de agosto, o soldado foi preso em flagrante após a polícia encontrar cinco tijolos de maconha escondidos em uma oficina mecânica, na Alameda Dino Bueno, perto do batalhão. Geovany também estava com 1,5 mil euros (R$ 8 mil) e não soube explicar a origem do dinheiro. Já o tenente-coronel foi transferido de batalhão depois do caso.

Em inquérito interno, a Polícia Militar decidiu inocentar Geovany. O soldado, no entanto, permanece detido pela Justiça comum e réu em processo, ainda sem sentença, por tráfico de drogas. Ele nega o crime.

Em juízo, o dono da oficina, Rafael Barbosa Lopes Santos de Jesus, 31, que também está preso preventivamente pelo esquema, confessou que as drogas ficavam escondidas no estabelecimento e delatou Geovany como responsável pelos entorpecentes.

A quantidade de maconha encontrada pesava 3,2 quilos. Em dezembro de 2023, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) pediu a condenação dos dois, em regime fechado, no Tribunal de Justiça paulista (TJSP) por tráfico de drogas.

Processo

O processo no TJSP está em fase de alegações finais.

“Tantas drogas não se dão às mãos de traficantes ocasionais, mas exigem uma articulação entre pessoas diversas e uma estrutura criminosa que vai do contato com produtores, até a disposição de recursos vultosos para compra, transporte, armazenamento e distribuição a pontos de fracionamento e depois venda”, escreveu o promotor Filipe de Melo Euzébio, do MPSP.

Já a defesa do PM pediu sua absolvição por falta de provas e por cerceamento de defesa, uma vez que imagens de câmeras de segurança solicitadas pelo soldado não foram juntadas nos autos. Os advogados também acusam o dono da oficina.

“O único elemento de prova existente contra o acusado Geovany é a palavra de Rafael”, afirmam os advogados Brena Amorim Costa e Antonio Augusto Graça Leal.

“Não é possível, excelência, conferir credibilidade a palavra de um acusado que, como se infere do seu interrogatório, aponta a autoria do crime a um agente público, relatando diversas inverdades, com o fito de se esquivar da responsabilidade criminal”.

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