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PM preso por jogar homem de ponte é desligado de bico em colégio

Comunicado enviado aos familiares dos alunos do colégio revela que o PM atuava como “colaborador de uma empresa tercerizada” como segurança

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Reprodução de documento da PM
1 de 1 Reprodução de documento da PM - Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

São Paulo — O soldado da Polícia Militar (PM) Luan Felipe Alves Pereira, que jogou um jovem rendido de cima de uma ponte, foi desligado do trabalho como segurança em uma escola particular de São Paulo, chamada Colégio Ábaco.

O Metrópoles apurou que o policial militar atuava como colaborador de uma empresa terceirizada e contratada pela escola. Devido a repercussão do caso, a unidade de ensino decidiu encerrar os servidos vinculados à atuação de Luan.

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policial militar Luan Felipe Alves Pereira, apontado como o responsável por jogar um homem de uma ponte em SP
PM joga homem de ponte no bairro Cidade Ademar, zona sul de São Paulo
PM joga homem de ponte no bairro Cidade Ademar, zona sul de São Paulo
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Em um comunicado direcionado aos familiares dos alunos nesta quinta-feira (5/12), o colégio repudiou qualquer forma de violência e se colocou à disposição para esclarecimentos.

Mais tarde, a direção da rede de escolas enviou nota ao Metrópoles, na qual manifesta “profunda indignação” pela atuação do soldado Luan após receber as imagens da ocorrência em que o policial joga o entregador de uma ponte e confirma o desligamento do policial do serviço de segurança.

Leia a nota do Colégio Ábaco na íntegra:

“Recebemos com profunda indignação as imagens do policial militar Luan Felipe Alves Pereira em atuação pela Polícia Militar de São Paulo. Embora não tenha havido até hoje qualquer reclamação sobre sua conduta em nossa instituição como colaborador de empresa terceirizada contratada pela escola, informamos que de maneira imediata encerramos os serviços. Adicionalmente, colocamo-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários. Reiteramos nosso repúdio absoluto a qualquer ato de violência e destacamos que os valores de ética, respeito e justiça são pilares fundamentais em nossa instituição”, diz o texto.

Crime e omissão

Um vídeo gravado com celular (assista abaixo) mostra Luan arremessando o entregador Marcelo Barbosa Amaral, de 25 anos, durante abordagem no bairro Cidade Ademar, na madrugada da última segunda-feira (2/2). A vítima ainda não foi ouvida pelos investigadores do caso.

 

Durante a ação policial, os PMs estavam com câmeras corporais, o que contribuiu para a equipe de investigação entender a dinâmica do caso. Luan Felipe foi ouvido na última terça-feira (3/12) na Corregedoria da Polícia Militar. Porém, nesta quinta (5/12), o soldado passou por audiência de custódia no Tribunal de Justiça Militar (TJM). O juiz substituto Fabrício Alonso Martinez Della Paschoa manteve a prisão preventiva do soldado, decretada na mesma data.

No relatório interno da PM, os policiais envolvidos na ocorrência omitiram a informação de que um homem havia sido jogado de uma ponte. Eles dizem ter perseguido suspeitos, em motos, até chegarem a um baile funk, cujo fluxo se dispersou com a presença dos policiais do 24º Batalhão da corporação.

Um homem teria sido ferido com um tiro. Ao supostamente apresentarem o caso do rapaz baleado no 26º Distrito Policial (Sacomã), ainda segundo relato feito pelos policiais militares, o registro da ocorrência teria sido “dispensado”. A Secretaria da Segurança Pública (SSP), no entanto, desmente o argumento ao afirmar, em nota encaminhada ao Metrópoles, que o caso não foi apresentado à Polícia Civil. A origem do tiro ainda não foi esclarecida.

PM joga homem de ponte no bairro Cidade Ademar, zona sul de São Paulo

Somente após o comando do 3º Batalhão da Polícia Militar (PM) ficar ciente do vídeo, feito com celular –- no qual o soldado das Rondas com Motocicletas (Rocam) aparece jogando o homem da ponte –- um inquérito foi instaurado pela corporação.

Relato de PMs cita tiro em baile funk e omite homem jogado da ponte

O soldado Luan Felipe seguia atrás das grades, no presídio militar Romão Gomes, na zona norte paulistana, até a publicação desta reportagem.

“Só quis levantar do chão”

O soldado Luan argumentou, em depoimento à Corregedoria da corporação, que sua intenção era somente “levantar do chão” a vítima.

Ele teve a prisão preventiva decretada, na manhã desta quinta, pelo Tribunal de Justiça Militar (TJM), que acatou pedido da Corregedoria, prédio em que o soldado e os 12 policiais afastados realizavam serviços administrativos, desde a repercussão do caso. O soldado foi submetido a uma audiência de custódia, ainda na tarde desta quinta.

Na decisão pela prisão preventiva, obtida pelo Metrópoles, o juiz substituto Fabrício Alonso Martinez Della Paschoa menciona o depoimento do soldado Luan Felipe ao órgão fiscalizador da PM.

Questionado sobre a autoria do crime, Luan Felipe admitiu ter “projetado” o rapaz, mas que isso “seria realizado no solo”, sem a intenção de arremessá-lo ponte abaixo. Os argumentos dele, porém, não convenceram a Corregedoria.

“Não há como acolher as declarações apresentadas pelo investigado, pois as imagens largamente difundidas e materializadas no presente feito demonstram conduta errante e inaceitável a quem deveria proteger a integridade de outras pessoas e fazer cumprir a lei”, argumenta o órgão.

Defesa do soldado

O advogado Wanderley Alves afirmou, em nota encaminhada à reportagem, afirma que a prisão preventiva de seu cliente foi “travestida de prisão com claro viés de antecipação de culpa”.

Ele argumenta que “infelizmente” Luan Felipe não é submetido a um “processo penal democrático” que, de acordo com o advogado, “impede que o jogo político e o clamor social fiquem alheios ao campo penal”.

“Ora, como prender alguém preventivamente que se apresentou a todos os atos e estava cumprindo expediente na Corregedoria, não se evadiu e possui residência fixa? Tudo soa estranho, e pergunto: onde o processo penal tem fracassado?”, alega Alves.

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