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PM não descarta que “salve do PCC” seja obra de agentes penitenciários

Cúpula da PM trabalha com hipótese de que texto seja instrumento para reivindicar porte de armas institucional e melhor condição de trabalho

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Movimento de agentes penitenciários federais no Distrito Federal - metrópoles
1 de 1 Movimento de agentes penitenciários federais no Distrito Federal - metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

São Paulo — Comandantes da Polícia Militar do estado tratam com ceticismo o manuscrito atribuído ao Primeiro Comando da Capital (PCC) interceptado na Penitenciária de Parelheiros, na zona sul de São Paulo, e em outras unidades do sistema prisional. Sem descartar completamente a veracidade do “salve” da facção, a cúpula da PM também trabalha com a hipótese de que o documento tenha, na verdade, partido de sindicatos de agentes penitenciários.

A suspeita é que o manuscrito tenha sido um instrumento utilizado por funcionários do sistema prisional para reivindicar melhores condições de trabalho e o porte de armas institucional.

“Há uma série de elementos nessa carta que não fazem sentido”, afirma um integrante da cúpula da PM ao Metrópoles. Para ele, um dos indícios seria a citação ao líder máximo da facção: Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, que está preso na Penitenciária Federal de Brasília, sem vínculo com o sistema penitenciário de São Paulo.

O manuscrito, obtido com exclusividade pelo Metrópoles, é assinado pela Sintonia Final, cúpula da facção. O texto promete “represálias na rua” como resposta “ao que estão fazendo com nosso irmão Marcola”.

“Tomaremos nossas providências […] deixando um papo para que dentro desses 30 dias determinamos os irmão faça acontecer [sic] e chegar em nossas mãos, aguardando esse levantamento como caráter de urgência”, diz o texto.

Segundo o bilhete, os criminosos responsáveis pelos presos de pavilhões ou raios deveriam informar, com “caráter de urgência”, se as unidades onde estão presos há bloqueadores de sinal de celular, além de condições de não deixar rastros ou provas da articulação feita para os eventuais ataques.

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Supostos ataques

No último final de semana, uma viatura da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) foi incendiada próximo ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na zona oeste de capital. Além disso, um agente penitenciário foi alvo de um ataque a tiros durante uma suposta tentativa de assalto na Rodovia Fernão Dias.

Na segunda-feira (14), dois homens em uma moto se aproximaram de uma base da PM na Vila Zilda, no Guarujá, e atiraram cinco vezes contra dois policiais em serviço. Horas depois, membros das Rondas com Motocicletas (Rocam) foram alvos de tiros no mesmo bairro.

Para a cúpula da PM, não há indícios de que os casos tenham relação entre si ou com o manuscrito interceptado na Penitenciária de Parelheiros. O incêndio no caminhão da SAP é atribuído a um problema mecânico seguido de um episódio de vandalismo.

“Estão falando na imprensa desse caminhão da SAP que botaram fogo. Isso aí foi antes. Teve problema mecânico, e os caras deixaram o caminhão lá. A gente volta no dia seguinte e tinha pegado fogo. Foi mais um vandalismo. Não há nada que nos leve a fazer essa conexão entre os eventos”, afirmou coronel Cássio Araújo de Freitas ao Metrópoles.

A suspeita de que um problema técnico tenha causada um incêndio é corroborada pelo secretário de Administração Penitenciária, Marcelo Streifinger, que fala em uma “pane elétrica”.

Em relação ao ataque à base da PM no Guarujá, o Setor de Inteligência da corporação também trabalha com a hipótese de motivações políticas, levando em consideração o histórico de atentados.

No fim de setembro, a candidata a prefeita Thaís Margarido (União Brasil) teria sido alvo de um ataque a tiros no bairro Santa Cruz dos Navegantes, dominado pelo PCC. No ano passado, o pré-candidato a prefeito, Thiago Rodrigues (Rede), foi assassinado em Vicente de Carvalho.

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