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Delegado diz que PM encontrado morto passou pelo “tribunal do crime”

Segundo Fabiano Barbeiro, Luca Angeleri, que estava desaparecido desde 14 de abril, foi torturado e morto “simplesmente pelo fato de ser PM”

atualizado

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Luca Angerami
1 de 1 Luca Angerami - Foto: Reprodução/Redes Sociais

São Paulo – Luca Romano Angerami, o PM de 21 anos desaparecido desde o dia 14 de abril, foi torturado e morto após passar pelo chamado “tribunal do crime” na cidade do Guarujá, no litoral de São Paulo.

A informação foi dada pela Polícia Civil em coletiva nesta segunda-feira (20/5) após a corporação encontrar o corpo do soldado.

“Além do homicídio houve sequestro, cárcere privado e tortura. Esse policial militar foi submetido ao chamado tribunal do crime”, afirmou o delegado Fabiano Barbeiro, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic).

Segundo o delegado, apesar da atuação do “tribunal do crime” na execução de Luca, o rapaz foi morto “simplesmente pelo fato de ser policial, e por estar no lugar errado na hora errada”.

Fabiano Barbeiro disse ainda que a polícia identificou sinais de violência no corpo do rapaz, tanto antes quanto depois da morte. O cadáver ainda vai passar por exames do Instituto Médico Legal (IML) de Santos, também no litoral paulista.

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Soldado da PM Luca Angerami
Carro de soldado desaparecido
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Câmera de segurança mostra soldado da PM desaparecido

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Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) lamentou a morte do soldado Luca Romano Angerami, que atuava no 3º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) desde 2022.

Segundo a pasta, nove suspeitos de participação no crime foram presos e outros oito corpos foram localizados. O caso é investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos, por meio de inquérito que apura os crimes de sequestro, tortura, homicídio e ocultação de cadáver.

Mãos amarradas e rosto desfigurado

Segundo a polícia, o corpo estava com as mãos amarradas, enrolado em uma lona. A corporação o localizou na Rua Gerson Maturani, na Vila Baiana, no Guarujá, mesma região onde o PM foi visto pela última vez.

O rosto da vítima, de acordo com policiais que participam da operação, está desfigurado. Uma tatuagem no braço esquerdo teria ajudado na identificação do PM.

Em entrevista ao Metrópoles, o pai de Luca, Renzo Angerami afirmou que não tinha sido comunicado oficialmente sobre o encontro do corpo, mas já sabia que era o filho. “Acharam meu filho”, disse, emocionado.

Homicídio do PM

O desaparecimento de Luca Angerami já era tratado como homicídio. No fim de abril, o delegado Fabiano Barbeiro, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos, afirmou que o soldado foi “executado covardemente por criminosos integrantes do PCC”.

“Ele foi executado covardemente por criminosos, integrantes do PCC, que atuam na região no tráfico de drogas, e mataram o policial. E decidiram matar esse policial pelo simples fato de ele ser policial. Então, [trata-se de] um ato covarde desses criminosos”, disse o delegado em entrevista à TV Tribuna.

A Polícia Civil acredita que Luca Angerami tenha sido sequestrado na saída de uma adega na Vila Santo Antônio, na madrugada de 14 de abril, e levado para o Morro da Vila Baiana.

Uma câmera de segurança flagrou Luca Angerami caminhando ao lado de um suspeito, próximo a um ponto de venda de drogas.

No dia do desaparecimento, um homem de 36 anos foi preso após confessar que teria participado do sequestro e da execução do PM Angerami. Segundo ele, o corpo foi desovado na ponte do Mar Pequeno, em São Vicente. A Polícia Civil viu uma série de inconsistências na versão.

Semanas depois, o homem foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por tentar prejudicar as investigações.

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