PM mata trabalhador após discussão sobre faixa derrubada por ventania
Ventos provocados por ciclone na zona norte de SP derrubaram faixa sobre moto de PM; moradores fecharam a Fernão Dias em protesto pelo crime
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – Um funcionário terceirizado de um consórcio que presta serviços à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) foi morto por um policial militar na noite dessa quinta-feira (13/7) em Santana, na zona norte de São Paulo.
Moradores do bairro protestaram contra o crime durante a madrugada e chegaram a fechar trecho da Rodovia Fernão Dias. Para dispersar os manifestantes, a polícia usou até bombas de efeito moral.
Testemunhas afirmam que Alberes Fernandes de Lima estava pendurando faixas de sinalização na Avenida General Pedro Leon Schneider quando uma delas teria se soltado em razão de fortes ventos, efeito da passagem do ciclone extratropical por São Paulo.
A faixa atingiu e derrubou o policial, que passava em uma motocicleta com um amigo. Após forte discussão, o PM teria atirado contra Alberes.
O prestador de serviços chegou a ser socorrido e levado para o Pronto Socorro de Santana, mas não resistiu.
De acordo com a versão da Polícia Militar, o PM teria apenas reagido a uma tentativa de assalto.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o militar foi indiciado pelo crime e passará por audiência de custódia nesta sexta-feira (14/7).
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) lamentou o episódio e esclareceu que Alberes era um prestador de serviços do Consórcio Moove SP, que opera as ciclofaixas de lazer em São Paulo.
Em nota, o Consórcio Moove, para quem o funcionário morto prestava serviço, afirmou: “Expressamos nossa mais profunda solidariedade e condolências a família, amigos e colegas de trabalho. O Consórcio Moove-SP está acompanhando a apuração dos fatos pelas autoridades competentes e prestará todo apoio e suporte aos familiares”.
Manifestação
A morte de Alberes motivou o protesto na Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Minas Gerais, em trecho da zona norte da capital. Manifestantes atearam fogo em objetos e causaram um longo congestionamento.
Para dispersar o protesto, PMs usaram balas de borracha e bombas de efeito moral. No início da manhã, o trânsito já havia sido liberado.