PM mata 2 a tiros e acha boliviano em porta-malas do carro de ladrões
Jovem boliviano, de 22 anos, foi sequestrado quando voltava para casa na zona norte de São Paulo; dois ladrões conseguiram fugir
atualizado
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São Paulo — Após supostas trocas de tiros, que resultaram na morte de dois suspeitos, nesse domingo (30/6) em Guarulhos, na Grande São Paulo, policiais militares (PMs) afirmaram ter encontrado um jovem de nacionalidade boliviana, dentro do porta-malas de um carro, roubado, ocupado pelos criminosos.
Ao todo, os PMs deram 24 tiros, dos quais quatro de fuzil. Dois suspeitos conseguiram fugir.
Antes disso, os policiais faziam ronda pela Avenida Sanatório, quando desconfiaram dos ocupantes de um Fiat Idea preto. Ao consultar as placas, constataram que o veículo havia sido roubado, no dia anterior, na região da Vila Medeiros, zona norte de São Paulo.
Os PMs então deram sinal de parada para o carro, ocupado por quatro homens, ainda não identificados. Uma fuga se iniciou.
Morte e libertação
A perseguição se estendeu até a Rodovia Fernão Dias, quando a dupla teria desembarcado do carro, na região do bairro Itapegica, já em Guarulhos.
Um dos suspeitos, afirmaram os PMs em depoimento, teria dado três tiros, com um revólver calibre 38. Os policiais revidaram. Os outros três criminosos correram para uma mata fechada, perto da rodovia.
Dentro do mato, houve outra troca de tiros, segundo registros policiais obtidos pelo Metrópoles. Os dois criminosos baleados chegaram a ser socorridos para hospitais na zona norte da capital, onde suas mortes foram confirmadas. A polícia ainda não localizou os outros homens que fugiram.
Ao abrir o porta-malas do carro usado na fuga, os PMs encontraram um jovem boliviano, de 22 anos, amarrado e com a cabeça coberta com um capuz.
Sequestro e tortura
A vítima afirmou em depoimento à Polícia Civil, obtido pelo Metrópoles, que foi sequestrada, por quatro bandidos, quando caminhava pela Vila Maria, na zona norte paulistana. Era por volta das 17h de sábado (29/6) e o jovem pretendia ir para casa, que fica na mesma rua onde ele foi raptado.
Sob ameaças, com uma arma de fogo, ele foi amarrado, com as mãos para trás, encapuzado e colocado no porta-malas do carro dos bandidos. O rapaz foi transferido, minutos depois, para o bagageiro de outro veículo, com o qual foi levado para um cativeiro, em uma favela.
No barraco, os bandidos começaram a exigir que a vítima fizesse transferências de Pix, mas o rapaz não tinha dinheiro em conta. Por causa disso, ele foi torturado psicologicamente, com ameaças, além de ser agredido no rosto, com golpes de arma de fogo, até que informou o contato de um parente.
Os criminosos entraram em contato com o familiar da vítima, exigindo dinheiro. O parente então fez a transferência, cujo valor não foi informado. Em seguida, a vítima foi colocada novamente em um porta-malas, amarrada e encapuzada. Minutos depois, ouviu barulhos de tiros.
O jovem só soube que os disparos haviam ocorrido por intervenção policial, quando um PM abriu o porta-malas e o libertou.
O celular do rapaz estava com um dos suspeitos mortos. Foram roubados dele um par de tênis e R$ 70 em dinheiro, que não foram recuperados.