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PM mapeia série de roubos de celular em SP. Veja bairros mais visados

Centro de Inteligência da PM faz levantamento com taxa de roubos e furtos de celular por 100 mil habitantes em cada companhia da corporação

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São Paulo — Levantamento realizado pelo Centro de Inteligência da Polícia Militar (PM) mostra que a região central de São Paulo tem a maior taxa de furtos e roubos de celular por 100 mil habitantes, chegando a 30 vezes o índice encontrado em alguns bairros da periferia da capital paulista.

Os números foram apresentados de forma preliminar durante painel do Encontro Anual do Fórum Brasileiro de Segurança (FBSP), na última semana, no Recife (PE), e obtidos integralmente pelo Metrópoles.

O estudo analisou quase 1 milhão de registros de furtos e roubos de celular (995.150) ao longo de quatro anos, entre 2019 e 2023, separados por comando, batalhão e divididos ainda entre 100 companhias da PM na cidade.

O ranking de roubos é liderado pela companhia com sede na Liberdade, na região central, com 71.486 ocorrências a cada 100 mil habitantes. Como comparação, companhias instaladas em bairros como Tucuruvi, Perus, Vila Medeiros e Cachoeirinha, todos na zona norte, Penha e Água Rasa, na zona leste, e Capela do Socorro (zona sul) têm cerca de 30 vezes menos roubos por 100 mil habitantes.

Com características rurais e localizado no extremo sul da capital paulista, Parelheiros registra desproporção ainda maior, com taxa 67 vezes menor.

Roubos de celular por 100 mil habitantes

  1. Liberdade — 71.486
  2. República — 55.185
  3. Sé — 27.369
  4. Brás — 16.639
  5. Consolação — 14.941
  6. Campos Elíseos — 14.525
  7. Jardim Paulista — 12.611
  8. Santo Amaro — 11.133
  9. Alto de Pinheiros — 9.836
  10. Itaim Bibi — 9.027

Há algumas explicações para o fato de a região central concentrar maior número de roubos e furtos por 100 mil habitantes. A principal delas é que bairros do centro têm número de moradores relativamente pequeno, em comparação com a periferia, mas recebem uma população flutuante gigantesca — pessoas que trabalham, estudam ou passeiam no local —, aumentando a quantidade de vítimas dos crimes.

“Potencializa a hipertrofia [aumento da taxa], mas não artificializa. O dado é real. A concentração é na área centro, porque tem a ver com população flutuante, pendular. Todos os centros econômicos sofrem com esse problema”, afirma o chefe do centro de inteligência da PM, coronel Pedro Luís de Souza Lopes.

Como exemplo, vale citar a companhia instalada na República, na região central, que é vice-líder na taxa por 100 mil habitantes e também está no topo do ranking de roubos de celular em números absolutos, com mais de 18 mil registros. Ela abrange grande parte da área afetada pela Cracolândia.

Entretanto, grandes bairros da zona sul da capital, como Campo Limpo e Capão Redondo, além de outros na leste, como São Mateus e Itaim Paulista, aparecem entre aqueles com mais casos no total.

Destaque também fica por conta de bairros ricos da capital paulista, como o Itaim Bibi e Alto de Pinheiros, na zona oeste. Embora pouco populoso e repleto de mansões, o último conta com o Parque Villa-Lobos, com grande concentração de pessoas, principalmente durante os fins de semana.

Já em relação aos furtos, bairros do centro expandido lideram tanto na taxa que pondera a população residente quanto em número absoluto de casos ao longo dos quatro anos levantados pela PM. Roubos são crimes com emprego de violência, como quando o ladrão usa uma arma ou faz ameaça. Já os furtos ocorrem, de maneira simplificada, em momento de distração da vítima.

Furtos de celular por 100 mil habitantes

  1. Liberdade — 130.984
  2. República — 81.674
  3. Sé — 81.459
  4. Brás — 39.792
  5. Jardim Paulista — 38.250
  6. Campos Elíseos — 33.561
  7. Consolação — 32.010
  8. Belém — 17.539
  9. Itaim Bibi — 16.744
  10. Alto de Pinheiros — 14.813

De forma geral, a capital como um todo tem média de 3.985 furtos e 4.705 roubos para cada grupo de 100 mil habitantes.

A diferença nas taxas de furtos e roubos entre região central e periferia poderia ser ainda maior, caso houvesse mudança no período analisado. O levantamento leva em consideração também os anos da pandemia, quando o centro de São Paulo ficou esvaziado, o que impacta nos dados.

A reportagem levou em consideração o endereço da sede da companhia para determinar o bairro de atuação. Dessa maneira, é possível que a área de cada uma englobe, também, parte de localidades vizinhas.

O levantamento realizado pelo Centro de Inteligência da PM traz também números referentes à Grande São Paulo e a demais regiões do estado.

Fora a capital paulista, a Baixada Santista é a região do estado com maior taxa de furtos (1.632), tendo ainda a terceira maior entre roubos (2.310) por 100 mil habitantes. A posição se inverte em relação à Grande São Paulo, que tem a segunda maior taxa de roubos (2.355) e a terceira de furtos (1.061).

Combate

O chefe do setor de inteligência da PM afirma que tem ocorrido queda nos furtos e roubos de celular nos últimos meses. “Os números estão melhorando demais. Sou muito otimista por natureza. Tem muito problema, sem dúvida, mas a gente está conseguindo convencer quem tem que tomar a decisão, o que é mais importante”, disse o coronel.

Sobre os problemas relacionados à região central, Lopes afirma que o principal problema é o roubo a transeunte. “E no roubo a transeunte, o objeto subtraído é, em 99%, o celular”, frisou.

Durante sua apresentação no encontro realizado no Recife (PE), o responsável pelo Centro de Inteligência da PM disse que “houve uma maior leniência no controle dessas áreas centrais em todo o país”.

“Essa ocupação dos espaços públicos em áreas que têm como característica a concentração de população pendular é determinante para acontecer esse tipo de problema [furtos e roubos]”, afirmou.

Como um dos motivos para a recente queda no número de furtos e roubos de celulares no centro, o coronel da PM citou a atividade delegada, em parceria com a prefeitura, como a principal medida. Por meio dessa iniciativa, policiais militares trabalham fora do horário regular de seus turnos e recebem gratificação da administração municipal.

No início desta semana, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) divulgou a informação de que no começo de agosto houve queda de 62% nos furtos e 59% nos roubos em dois distritos policiais da região central, na área da Cracolândia, em comparação com igual período do ano passado.

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