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PM faz relatório para embasar Tarcísio sobre “salve pró-Boulos”

Corporação prepara relatório institucional com informações do Setor de Inteligência sobre manuscrito atribuído a PCC pedindo voto em Boulos

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Tarcísio ao lado de Nunes após votar em SP - Metrópoles
1 de 1 Tarcísio ao lado de Nunes após votar em SP - Metrópoles - Foto: Ettore Chiereguini/Especial Metrópoles

São Paulo — A Polícia Militar prepara um relatório institucional para embasar a declaração do governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre um suposto “salve” do Primeiro Comando da Capital (PCC) pedindo voto em Guilherme Boulos (PSol) contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB). A fala de Tarcísio foi dada no domingo (27/10), durante a votação que reelegeu o emedebista.

A declaração do governador é alvo de uma queixa-crime apresentada por Boulos na Justiça Eleitoral. Na ação, o psolista afirma que Tarcísio agiu de forma deliberada para influenciar o resultado da eleição. O relator designado para analisar a queixa-crime é o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques.

O relatório elaborado pela PM de São Paulo deve municiar a defesa do governador, fornecendo indícios de que a informação sobre o suposto salve teria partido do núcleo de Inteligência da corporação.

A avaliação na PM é que Tarcísio não divulgou informações falsas, mas não havia necessidade de dar a declaração durante a eleição.

Autoridades do setor ouvidas pela reportagem afirmam que um indício de que o suposto salve partiu da cúpula do PCC é o fato de um dos manuscritos ter sido apreendido na Penitenciária II de Presidente Venceslau, onde estão encarceradas lideranças importantes.

Além disso, dizem policiais do Setor de Inteligência, é possível identificar no manuscrito características específicas no texto e na escolha de palavras que dificilmente poderiam ser replicadas.

Conforme noticiado pela coluna de Paulo Cappelli no Metrópoles, além do manuscrito encontrado na P2 de Presidente Venceslau, foram interceptados manuscritos semelhantes no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na Penitenciária de Riolândia e na Penitenciária I de Guareí. Todos em setembro, antes do primeiro turno.

“Meus irmãos, estamos vindo através deste que chegou uma ideia da sintonia por boca que era pra nós reunirmos a massa e deixar neles que se possível trocar um papo com o nosso pessoal para estarem votando no Boulos que até mesmo dentro de questões que ele irá nos apoiar dentro de algumas causas nossas sendo dentro do sistema e rua para obtermos um êxito dentro da nossa luta. [Ilegível] sincero abraço e qualquer dúvida só dar um salve”, diz um dos manuscritos atribuídos ao PCC.

“Salve pró-Boulos”

Sem ser questionado diretamente sobre o suposto “salve” a favor de Boulos, Tarcísio mencionou o caso durante uma entrevista coletiva no Colégio Miguel de Cervantes, na zona sul da capital, logo após votar, acompanhado de Nunes.

“Isso aconteceu em São Paulo, disseram que era para votar no outro”, disse o governador. Sem dar mais detalhes sobre o documento apreendido, ele afirmou que “o outro” seria Guilherme Boulos.

“Teve o salve. Houve interceptação de conversas e de orientações. Uma facção criminosa orientando moradores de determinadas áreas a votarem em determinados candidatos. Com o serviço de inteligência, houve essa interceptação”, afirmou Tarcísio de Freitas.

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