PM de SP afasta 12 agentes envolvidos em agressão de mulher de 63 anos
Corregedoria da PM afastou 12 agentes que atuaram em abordagem na cidade de Barueri, Grande SP. Na mesma ação, homem levou mata-leão dos PMs
atualizado
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São Paulo — A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou, nesta quinta-feira (5/12), o afastamento dos 12 policiais militares envolvidos na abordagem no Jardim Regina Alice, em Barueri, na Grande São Paulo, na qual a supervisora de vendas Lenilda Messias Santos Lima, de 63 anos, foi atingida na testa por um cassetete, empurrada e chutada por um mesmo agente da PM (veja vídeo baixo) dentro da própria casa. Os filhos e o neto da mulher também foram agredidos pelos agentes na mesma ação, ocorrida na noite de quarta (4/12).
Em nota, a SSP informou que os 12 PMs foram ouvidos pela Corregedoria da Instituição e afastados das atividades operacionais.
Ainda conforme a pasta, as investigações do caso prosseguem por meio de inquérito policial militar (IPM) e pela Polícia Civil, com análise das imagens externas e das câmeras corporais dos agentes.
Por fim, o texto diz que “a Polícia Militar reitera que não compactua com desvios de conduta e assegura que todo excesso cometido por policiais será penalizado em conformidade com a lei”.
“Foi muita agressão”, conta Lenilda
Ao Metrópoles, Lenilda informou que os policiais abordaram o filho, Juarez Higino Lima Júnior, e o neto, Matheus Higino, em frente à casa da família para averiguar possíveis documentos vencidos de uma motocicleta — de propriedade de Juarez. Nesse momento, ela estava no andar de cima da residência, com a neta de seis meses no colo.
Então, Lenilda diz ter ouvido muito barulho e que deveria poderia ser uma confusão em sua garagem. Por isso, ela decidiu descer, mesmo com o bebê. Na garagem, a mulher se deparou com os policiais batendo em seu neto e em seu filho, que estava ensanguentado.
“Eu perguntei o que estava acontecendo, pelo amor de Deus, para eles me explicarem, e ninguém falava nada. Eu falei, ‘Gente, pelo amor de Deus, para com isso, vamos conversar’, e aí ele [policial] virou o cassetete e bateu na minha testa”, contou Lenilda Lima à reportagem.
Mesmo atordoada, Lenilda implorou para que parassem. “Eu falava com os outros policiais, que isso era um absurdo, e o sangue descendo na minha cara. Aí o mesmo policial que já havia me batido com o cassetete me empurrou e me deu um chute”, relatou.
Assista:
Um outro vídeo registrado por testemunhas mostra o filho de Lenilda, Juarez, sendo segurado por um mata-leão de um policial e sofrendo golpes de cassetete de outro. A irmã dele, Paula Messias, tenta interceptar, e é segurada pelo mesmo agente.
Veja:
Por fim, um terceiro vídeo obtido pela reportagem mostra os momentos iniciais da abordagem policial no caso. Nas imagens, Paula está em um confronto direto com cerca de sete policiais que tentam entrar na garagem da casa da família aos chutes e empurrões, com cassetetes em mãos.
Lenilda afirmou que jamais imaginou que passaria por uma situação como essa. “Eu acho um absurdo isso que aconteceu. Foi muita agressão, acho um abuso de autoridade muito grande. Eu só estava conversando, não estava agredindo ninguém, nem minha família”, lamentou.
A mulher de 63 anos foi atendida em um hospital da região, e ela e os familiares registraram o caso ainda na noite de quarta, na Delegacia Sede de Polícia de Barueri.
Segundo Lenilda, todos os agredidos foram na manhã desta quinta-feira (5/12) ao Instituto Médico Legal (IML) de Osasco, também na Grande São Paulo, para a realização do corpo de delito.