PM é afastado após agredir pessoas em velório de jovens em Bauru
Jovens que estavam sendo velados haviam sido mortos após suposto confronto com a PM na Comunidade Jardim Vitória
atualizado
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São Paulo — Um dos PMs envolvidos na agressão durante um velório em Bauru, no interior de São Paulo, na última sexta-feira (18/10), foi afastado. Os jovens que eram velados, Guilherme Alves Marques de Oliveira, de 18 anos, e Luis Silvestre da Silva Neto, de 21, foram mortos após um suposto confronto com agentes da Polícia Militar na noite da última quinta (17/10).
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), um inquérito policial foi instaurado para apurar a conduta dos policiais.
“A PM não compactua com excessos e a conduta dos policiais não condiz com as práticas da instituição”, diz a nota enviada pela secretaria.
Relembre o caso
Na quinta-feira, Guilherme Alves Marques de Oliveira, de 18 anos, e Luis Silvestre da Silva Neto, de 21, morreram após um confronto com policiais militares na Rua João Camillo, em Bauru. Os agentes estavam realizando uma operação na Comunidade do Jardim Vitória.
Os jovens teriam atirado contra a equipe policial e foram atingidos após a intervenção dos PMs. As mortes foram constatadas no local. Com os suspeitos, foram localizados e apreendidas porções de entorpecentes e as armas que eles usavam. O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial.
Na sexta-feira, durante o velório de Guilherme e de Luis, policiais militares agrediram pessoas ao lado do caixão. De acordo com o boletim de ocorrência, a presença da PM exaltou os ânimos dos populares e familiares ali presentes e o tumulto foi generalizado.
Em certo momento, um dos agentes deu voz de prisão a um dos presentes por desacato e houve contenção física, já que o homem, segundo o PM, estava resistindo à voz de prisão e não queria se identificar. Outro homem presente no velório também teria praticado desacato e foi encaminhado à delegacia.
Vídeos da agressão que aconteceu no velório viralizaram nas redes sociais. Nas imagens (veja abaixo), é possível ver os policiais tentando imobilizar um homem de camiseta branca, irmão do rapaz morto, ao lado do caixão. Ele é abraçado pela mãe, que tenta impedir a abordagem. Nesse momento, os PMs começam a agredir as pessoas que se aproximam com golpes de cassetete — inclusive, mulheres.
As agressões se estendem até o lado de fora do cemitério. A mãe e o irmão continuam abraçados. O homem leva um “mata-leão” de um dos policiais. Ele está com um sangramento no supercílio direito.
Veja:
Após os acontecimentos, moradores do Jardim Vitória fizeram protestos na Avenida Castelo Branco. Em vídeo feito pelo jornalista Guilherme Matos, é possível ver os civis haviam queimando pneus e levantando placas pedindo por justiça.
Veja:
Nesse domingo (20/10), uma granada explodiu na mão de um menino de 13 anos em sua residência, no Jardim Vitória. Segundo a SSP, o artefato havia sido encontrado pelo jovem na sexta-feira, na mesma avenida onde a manifestação havia acontecido, “onde ocorreu uma ação da PM para controle de distúrbio”.