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PM abre licitação para comprar “bean bags”, munição que matou torcedor

Processo de compra de munições do tipo “bean bag” teve como vencedora empresa CSI EUA, em junho; segundo PM, licitação não foi concluída

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Foto colorida mostra homem com camisa regata do São Paulo, óculos de sol, boné e fazendo um "joia" com a mão.
1 de 1 Foto colorida mostra homem com camisa regata do São Paulo, óculos de sol, boné e fazendo um "joia" com a mão. - Foto: Reprodução/Redes Sociais

São Paulo – A Polícia Militar de São Paulo abriu, em junho deste ano, uma licitação para adquirir 50 mil unidades de munição não letal do tipo “bean bag”. A empresa americana CSI EUA saiu vencedora de uma das etapas do certame, com uma proposta de R$ 1,3 milhão pelas munições.

A corporação usa a munição desde 2021, quando 20 mil unidades foram adquiridas da fabricante Safariland, por R$ 620 mil.

De acordo com a própria PM, foi um projétil do tipo “bean bag” que matou o torcedor Rafael Garcia no último dia 24 durante a comemoração do título do São Paulo na Copa do Brasil, no entorno do Morumbi. Ele foi atingido por um disparo na parte de trás da cabeça. Segundo a Polícia Civil, ele foi baleado a uma distância menor do que o recomendado.

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O são-paulino morreu durante confusão entre torcedores e policiais militares
Rafael Garcia comemorava vitória do São Paulo contra o Flamengo pela Copa do Brasil
Documento diz que Rafael teria sido alvo de arma de fogo
Rafael Garcia era apaixonado pelo São Paulo
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Rafael Garcia criou torcida organizada com surdos

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Documento diz que Rafael teria sido alvo de arma de fogo

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Rafael Garcia era apaixonado pelo São Paulo

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Após o incidente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu que o uso das “bean bags” passe por “reanálise, revisão e ajuste”. Ele disse que houve “quebra de protocolo”.

A Polícia Militar afirma que a licitação vencida pela CSI EUA para a compra de 50 mil munições ainda não chegou ao fim, e que a contratação de outros itens previstos no certame ainda está em aberto.

“A empresa foi aprovada na etapa de apresentação de amostras para a aquisição. O contrato será finalizado só após a apresentação de todos os seis itens. Somente ao término do certame, haverá a entrega de 50 mil beans bags”, diz a PM.

A “bean bag” foi adquirida pela PM para substituir gradativamente a bala de borracha. Os dois tipos de munições são disparados usando espingardas calibre 12. A corporação afirma que a “bean bag” é mais segura do que a bala de borracha.

“Bean bag”

As “bean bags” estão sendo usadas desde 2021 pela corporação para conter distúrbios urbanos, como grandes aglomerações, a exemplo do tumulto ocorrido após a final da Copa do Brasil, com o título do São Paulo sobre o Flamengo. Esse tipo de munição é utilizado por instituições de policiamento em países como os Estados Unidos e México.

Ela é utilizada para causar distração a um possível agressor. Ao atingir o suspeito, a força policial ganha alguns segundos – parece pouco, mas pode ser tempo suficiente para solucionar um sequestro, por exemplo.

O material começou a ser comprado pela PM durante a pandemia de Covid. Na época, a PM argumentou que as balas de borracha tinham alguns problemas, como desvios de trajetória do tiro, o que colocaria pessoas em risco.

Polícia Civil confirma que disparo partiu de arma da PM

A Polícia Civil afirmou, no dia 28, que a munição que matou o torcedor são-paulino Rafael Garcia, 32 anos, foi uma “bean bag” (“saco de feijão”, em português), uma pequena bolsa com esferas metálicas usada pela Polícia Militar em substituição às balas de borracha.

“Foi muito próximo dele. O impacto foi muito forte. Acertou diretamente nele, em distância curta. Normalmente, esse tipo de munição é disparada a uma distância maior justamente para não causar uma lesão”, afirmou a diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, Ivalda Aleixo.

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