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Plano Diretor de SP: base de Nunes se rebela e Câmara adia votação

Vereadores governistas pedem mais tempo para analisar projeto e votação do novo Plano Diretor de SP fica para segunda-feira (26/6)

atualizado

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Câmara Municipal de São Paulo
Imagem colorida mostra o vereador Milton Leite, homem negro, grisalho, de terno cinza e camisa preta, sentado em uma mesa de reuniões com microfone em uma sala de paredes de madeira - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra o vereador Milton Leite, homem negro, grisalho, de terno cinza e camisa preta, sentado em uma mesa de reuniões com microfone em uma sala de paredes de madeira - Metrópoles - Foto: Câmara Municipal de São Paulo

São Paulo – Depois que um grupo de vereadores da base do prefeito Ricardo Nunes (MDB) decidiu que não votaria a revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) da capital nesta sexta (23/6), a Câmara Municipal adiou a votação do texto. A nova data é segunda-feira (26).

Esses vereadores não vinham participando das discussões da revisão do PDE e alegam que não tiveram tempo de analisar os quase 300 artigos do projeto de lei. Eles pedem mais tempo para estudar o texto, fazendo coro a queixas da oposição de que a proposta, complexa, precisaria ser discutida por mais tempo.

Entre eles estão Aurélio Nomura, Gilson Barreto e Beto do Social, do PSDB; Janaína Lima, do MDB; Eli Corrêa (União); Jorge Wilson e André Santos, ambos do Republicanos.

O texto final, com as emendas apresentadas por vereadores e as alterações no projeto que o governo havia negociado com o PT, deveria ter ficado pronto na tarde dessa terça-feira (20) para publicação no Diário Oficial nesta quarta (21), o que não aconteceu. A previsão, agora, é que o texto saia nesta quinta (22).

Turbulências

O primeiro sinal de turbulência no plano de voo governista se deu quando o vereador Sansão Pereira, líder da bancada do Republicanos, partido do governador Tarcísio de Freitas, pediu adiamento da votação.

O Republicanos tem cinco vereadores na cidade e uma das pastas mais importantes da prefeitura: a Secretaria da Habitação.

Tarcísio vem se empenhando para ajudar o projeto de reeleição de Nunes, afim de evitar ficar “emparedado” pelo PT, no governo federal, e pelo PSol, em uma eventual vitória do deputado federal Guilherme Boulos (PSol) nas próximas eleições.

O anúncio de Pereira foi sucedido de pedidos de outros vereadores. Aurélio Nomura, que foi um dos únicos votos contrários ao PDE vigente, aprovado em 2014 na gestão de Fernando Haddad (PT), avisou sua bancada que ele e parte dos tucanos também entraria no chamado “grupo dos dissidentes da base”.

Ao todo, seriam dez os vereadores que pedem mais tempo. Somando esses parlamentares aos do PT, PSol e PSB – que já declararam voto contrário – o número daqueles que poderiam não aprovar o novo PDE chegaria a 19.

Neste cenário, o governo municipal contabilizou 36 votos favoráveis ao PDE, ou seja, apenas um a menos dos 37 necessário para a aprovação. Por isso, decidiu adiar a votação para evitar uma eventual derrota.

A Câmara tem uma nova audiência pública para debater o novo Plano Diretor nesta sexta (23), às 9h.

O novo PDE libera a construção de prédios mais altos ao redor de estações de metrô e corredores viários da cidade, aumentando o adensamento da capital paulista.

Além do Plano Diretor

O presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União, na foto em destaque), ficou enfurecido com o movimento dos dez vereadores, segundo interlocutores ouvidos pelo Metrópoles.

No círculo mais próximo dele, o movimento de pedir adiamento foi visto como uma pressão para forçar negociações de outras demandas, sem relação com o PDE.

Entre os vereadores mais próximos de Leite, esse grupo foi chamado de “novo cangaço”, em referência a quadrilhas que fazem arrastões em cidades do interior.

Governistas chegaram a analisar opções de resposta que incluíam até retirar cargos nas subprefeituras de indicados destes parlamentares.

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