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PF investiga se Cariani sonegou casarão em Campos do Jordão; vídeo

Renato Cariani diz ter comprado metade do imóvel em 2012 por R$ 470 mil; na escritura, no entanto, a propriedade aparece em nome de terceiro

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1 de 1 cariani casarão 1_resized_compressed - Foto: Reprodução

São Paulo – O inquérito da Polícia Federal, que serviu como base para a denúncia contra o influenciador Renato Cariani, aponta que ele também é investigado por possível sonegação de uma mansão em Campos do Jordão, cidade turística no interior de São Paulo. O imóvel está registrado no nome de terceiros e não consta em declarações de Imposto de Renda de Cariani.

Renato Cariani e quatro sócios na empresa de produtos químicos Anidrol se tornaram réus por tráfico de drogas, associação ao tráfico e lavagem de dinheiro em 16 de fevereiro. Na denúncia, o Ministério Público de São Paulo afirma que eles fizeram 60 transações dissimuladas de produtos químicos para a produção de até 15 toneladas de drogas prontos para consumo.

Com base na escritura da casa de Renato Cariani em Campos do Jordão, a Polícia Federal diz que é necessário um “maior aprofundamento dos fatos” para averiguar se o influenciador está ocultando patrimônio.

Em vídeo divulgado em seu canal do YouTube em 8 de setembro de 2020, Cariani faz um “tour” pela casa. O imóvel tem três quartos, quadra de tênis, piscina, academia e uma ampla área verde.

Assista:

No inquérito, foi anexado um trecho da escritura do imóvel, em que o americano Frank Socorro e o brasileiro Emerson Bacelar Brandão constam como proprietários. A compra da casa em Campos do Jordão ocorreu em 8 de março de 2005.

Segundo o inquérito, documentos encontrados em emails trocados pelo empresário indicam que o imóvel foi comprado por Cariani em 2012, pelo valor de R$ 470 mil. A informação foi confirmada por ele em depoimento.

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O influenciador Renato Cariani, alvo de operação da PF
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Renato Cariani
Cariani explica relação com homem apontado como seu elo com o tráfico
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Cariani explica relação com homem apontado como seu elo com o tráfico

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O influenciador afirmou que os antigos proprietários formavam um casal e que, após a morte do americano, a família dele abriu mão de sua parte do imóvel. Com isso, Cariani teria pago apenas por 50% da casa. Seu objetivo, segundo afirma, seria comprovar o usucapião dos outros 50%.

“Essa casa foi comprada em 2012, em maio de 2012, por mim e por minha esposa”, disse Cariani na ocasião. “Nós pagamos R$ 470.000 nessa casa. Só que ela tem um detalhe, essa casa ela é 50% do Frank, 50% do Emerson. O Emerson me vendeu os 50% da casa dele. Eles eram um casal, eles tinham uma relação homoafetiva, e o Frank é americano com dupla cidadania brasileira. O Frank faleceu. A família do Frank não aceitava a homossexualidade dele. Então a família prendeu todos os bens dele lá, partilhou lá, e ele era muito rico, e a casa de Campos eles desprezaram.”

Uma tabela incluída pela Polícia Federal no inquérito mostra a evolução patrimonial de Renato Cariani entre 2014 e 2022. No período, diz a PF, teria operado o esquema de desvio de substâncias da Anidrol por meio da simulação da venda para grandes farmacêuticas. O patrimônio passa de R$ 2.478.387,86 em 2014 para R$ 8.066.752,57 em 2022.

Evolução patrimonial de Renato Cariani
Evolução patrimonial de Renato Cariani

Dinheiro em espécie

A Polícia Federal destaca, no inquérito, as quantias em espécie declaradas por Renato Cariani em seu Imposto de Renda entre 2014 e 2022. Chama a atenção, segundo a PF, a oscilação nos valores ano a ano, que chegam a R$ 700.000.

“Sendo assim, não é possível saber a origem, nem destino do dinheiro em espécie movimentado ao longo desses anos”, afirma o inquérito.

Abaixo, os valores declarados em posse de Renato:

2014: R$ 500.000
2015: R$ 800.000
2016: R$ 300.000
2017: R$ 700.000
2018: R$ 900.000
2019: R$ 900.000
2020: R$ 400.000
2021: R$ 150.000
2022: R$ 942.256

Mensagens de WhatsApp

Conversas de WhatsApp incluídas pela Polícia Federal no inquérito reforçam a ligação entre Renato Cariani e Fabio Spinola Mota, apontado como operador do esquema de desvio.

De acordo com a PF, as mensagens mostram que o influencer e Fabio Spinola fizeram uma viagem juntos a Cancún, no México, em 2015. As mulheres dos dois homens também participaram e postaram fotos juntas nas redes sociais.

Outra prova revela que Cariani pediu a Spinola para ir à Anidrol, empresa do influencer localizada em Diadema, região metropolitana de São Paulo, em maio do ano passado. Foi exatamente o mesmo dia em que o empresário foi preso pela Operação Downfall da PF, que apreendeu mais de R$ 2,1 milhões e cumpriu 30 mandados de prisão por tráfico de drogas no Porto de Paranaguá (PR).

Nesse processo, Spinola foi defendido por Eliseu Minichillo, o mesmo advogado de Pedro Luiz da Silva Soares, o Chacal, acusado de fazer parte da alta cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) e que está em liberdade desde o fim de outubro.

Por fim, outra evidência que liga os dois é o carregamento de um carro com produtos químicos dentro da Anidrol em 2017. No celular da funcionária de Cariani, o marido dela — que também trabalha no local — relata o pedido do chefe:

“Todo mundo já foi embora. eu vou ter que separar um material pra AstraZeneca. O Renato… Liguei pra ele, ele falou pra eu quebrar esse galho dele e separar esse produto” , disse.

O que diz Renato Cariani

Logo após ser indiciado pela PF, em dezembro, Renato Cariani compartilhou vídeos nas redes sociais nos quais nega envolvimento nos crimes, atribuindo-os a terceiros. Ele disse que ficou “aliviado” e “tranquilo” depois de prestar depoimento e que não tem relação com as suspeitas levantadas pela investigação.

“Pude fazer meu depoimento, [tive a] oportunidade de fazer ele [por] escrito e gravado. Eu quis porque [ao deixar] gravado tenho tudo na íntegra, afinal de contas não tenho absolutamente nada com isso”, disse em dezembro.

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