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Pesquisas esboçam teto de Boulos, que projeta fogo contra “BolsoNunes”

Tecnicamente empatado com Ricardo Nunes nas últimas pesquisas, Guilherme Boulos mantém aposta na polarização na disputa à Prefeitura de SP

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Leandro Paiva/ @leandropaivac
economista Imagem colorida mostra Guilherme Boulos falando ao microfone. Ele é um homem branco, de cabelo e barba castanhos, e veste camisa branca
1 de 1 economista Imagem colorida mostra Guilherme Boulos falando ao microfone. Ele é um homem branco, de cabelo e barba castanhos, e veste camisa branca - Foto: Leandro Paiva/ @leandropaivac

São Paulo – A última rodada de pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura de São Paulo, encerrada com o Datafolha nessa segunda-feira (11/3), esboça um teto para o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) na disputa paulistana, o que deve levá-lo a intensificar a estratégia de vincular o prefeito Ricardo Nunes (MDB) ao bolsonarismo para tentar frear o crescimento do pré-candidato à reeleição.

No Datafolha, Boulos (30%) e Nunes (29%) apareceram tecnicamente empatados — a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos —, cenário semelhante ao registrado pelos levantamentos feitos pelo Paraná Pesquisas, em fevereiro, e Real Time Big Data, na semana passada. Em todas elas, o deputado do PSol tem perdido nas simulações de segundo turno para o atual prefeito.

Apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que articulou para que Marta Suplicy voltasse ao Partido dos Trabalhadores para ser vice na chapa, Boulos liderou as primeiras pesquisas eleitorais do ano passado com folga, mas começou a arrefecer diante do crescimento de Nunes, que selou na virada do ano o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à sua campanha.

Embora não seja diretamente comparável, porque os candidatos listados não eram os mesmos, Boulos aparecia com 32% das intenções de voto na pesquisa Datafolha realizada em agosto de 2023, contra 24% de Nunes. Os deputados Tabata Amaral (PSB) e Kim Kataguiri (União) também recuaram entre os dois levantamentos e não chegaram a 10% cada na pesquisa dessa segunda-feira.

Teto de Boulos

Os números do Datafolha mostram que Boulos atingiu um percentual similar ao resultado obtido por ele e pelos candidatos de partidos que hoje integram sua coligação no primeiro turno da eleição de 2020, quando o psolista avançou para o segundo turno e depois perdeu para o ex-prefeito tucano Bruno Covas (morto em 2021), de quem Nunes era vice.

Na ocasião, Boulos teve 20,24% dos votos válidos, enquanto o então candidato petista Jilmar Tatto, em outra chapa, recebeu 8,55%. Já o deputado federal Orlando Silva (PCdoB) teve 0,23%. Somados, os resultados obtidos pelas candidaturas do PSol, PT e PCdoB há quatro anos se aproximam do atual desempenho de Boulos nas pesquisas.

Já a rejeição do deputado do PSol, que era de 24% no último Datafolha antes das eleições de 2020, saltou nesse período. De acordo com a pesquisa mais recente, Boulos é o pré-candidato mais rejeitado pelos eleitores, com 34%. Nunes tem 26%.

Se antes o psolista já vinha atrelando a imagem de Nunes a de Bolsonaro, para tentar colar no emedebista a rejeição que o ex-presidente carrega na capital, superior aos 50%, agora a pré-campanha vê a estratégia como boia de salvação, sobretudo porque, na avaliação de aliados de Boulos, os votos bolsonaristas ainda não migraram totalmente para Nunes após a desistência do deputado bolsonarista Ricardo Salles (PL).

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Marta é a vice de Boulos na disputa em São Paulo
Boulos durante evento na periferia de SP
Boulos e Carlos Lupi, do PDT, em evento do partido em apoio à candidatura
Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos quer unir Lula e Tarcísio de Freitas pela segurança na capital paulista
Boulos, em entrevista após o PT formalizar apoio a seu nome
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Boulos faz discurso a integrantes do MTST

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Marta é a vice de Boulos na disputa em São Paulo

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Boulos durante evento na periferia de SP

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Boulos e Carlos Lupi, do PDT, em evento do partido em apoio à candidatura

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Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos quer unir Lula e Tarcísio de Freitas pela segurança na capital paulista

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Boulos, em entrevista após o PT formalizar apoio a seu nome

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Boulos terá o apoio do PT de Lula na campanha deste ano

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Diante das últimas aparições do prefeito ao lado do ex-presidente, incluindo a participação em ato na Avenida Paulista ao fim de fevereiro, Boulos pretende reforçar, ainda mais, a imagem de ser o candidato capaz de derrotar o bolsonarismo na cidade. Horas após a divulgação do Datafolha dessa segunda-feira, o deputado fez uma postagem na qual diz: “Lula e Boulos por São Paulo.”

Além disso, a tendência observada pela pré-campanha é a de que o prefeito, por estar se tornando mais conhecido pelo eleitorado, também terá a rejeição ampliada, principalmente diante das investigações em torno de Bolsonaro.

Trunfos da pré-campanha

Aliados de Boulos viram como positivo o resultado da pesquisa espontânea do Datafolha, na qual não são apresentados aos entrevistados os nomes dos pré-candidatos. Nela, Boulos foi nominalmente citado por 14%, enquanto Nunes, por 8%. Outros 2% responderam “atual prefeito”, mas sem citar o nome do emedebista.

“Enxerguei nessa amostra um campo vasto para o crescimento, já que a periferia tende a entrar no jogo mais adiante, local onde eu avalio que a entrada da ex-prefeita Marta Suplicy e a liderança do presidente Lula fará a diferença”, disse ao Metrópoles Laércio Ribeiro, presidente municipal do PT e um dos coordenadores da pré-campanha de Boulos.

O fator Marta como vice de Boulos, mencionado por Laércio, também é visto pela pré-campanha como um trunfo ainda não explorado. A petista cumpriu apenas duas agendas públicas ao lado do psolista até o momento e é vista com potencial para atrair eleitores moderados que não querem votar em Nunes por sua proximidade com Bolsonaro.

Além disso, segundo o Datafolha, Marta foi apontada a melhor prefeita paulistana dos últimos 40 anos por 16% dos entrevistados, maior índice obtido por um ex-prefeito. As marcas do período em que ela esteve na Prefeitura já tem sido amplamente explorados pela chapa, como as constantes menções à criação dos Centros Educacionais Unificados (CEUs) e do Bilhete Único.

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