metropoles.com

Pescadores de camarão retiram 10 toneladas de lixo do mar e de mangues

Nos últimos 15 meses, pescadores de camarão do litoral de SP retiraram cerca de 6 toneladas de lixo do mar e 4,3 toneladas dos mangues

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação/Governo de São Paulo
Homens na beira do mangue com sacos empilhados de lixo - Metrópoles
1 de 1 Homens na beira do mangue com sacos empilhados de lixo - Metrópoles - Foto: Divulgação/Governo de São Paulo

São Paulo — Pescadores de camarão do litoral paulista foram responsáveis por retirar cerca de 6 toneladas de lixo do mar, e outras 4,3 toneladas dos mangues, desde o início do ano passado. O montante equivale a cerca de 100 mil embalagens, segundo levantamento do governo estadual. Dentre os itens encontrados, estão embalagens de macarrão instantâneo, pão, bebidas alcoólicas e refrigerantes.

O trabalho de limpeza na costa marítima pode ser revertido em créditos para compras de alimentos em comércios das comunidades onde vivem, por meio do Programa Mar Sem Lixo, coordenado pela Fundação Florestal, da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística. A atividade também traz ganhos para pesquisas científicas da Universidade de São Paulo (USP), que utilizam os materiais em análises sobre o oceano.

5 imagens
Pescadores retiraram 6 toneladas de lixo do mar, no litoral paulista
Pescadores retiraram 6 toneladas de lixo do mar, no litoral paulista
Pescadores retiraram 6 toneladas de lixo do mar, no litoral paulista
Pescadores retiraram 6 toneladas de lixo do mar, no litoral paulista
1 de 5

Pescadores retiraram 6 toneladas de lixo do mar, no litoral paulista

Divulgação/Governo de São Paulo
2 de 5

Pescadores retiraram 6 toneladas de lixo do mar, no litoral paulista

Divulgação/Governo de São Paulo
3 de 5

Pescadores retiraram 6 toneladas de lixo do mar, no litoral paulista

Divulgação/Governo de São Paulo
4 de 5

Pescadores retiraram 6 toneladas de lixo do mar, no litoral paulista

Divulgação/Governo de São Paulo
5 de 5

Pescadores retiraram 6 toneladas de lixo do mar, no litoral paulista

Divulgação/Governo de São Paulo

O programa funciona nos municípios de Cananéia, Itanhaém, Ubatuba, Bertioga, Guarujá e São Sebastião. Desde que foi criado, o projeto já recebeu 193 cadastros de pescadores.

Paulo Eduardo Pigninoni Vargas, de 49 anos, trabalha há sete anos no Guarujá, na Praia do Perequê. Ele afirma se orgulhar de participar da iniciativa. “Com a colaboração de todos, eu acredito que vamos encontrar menos lixo e mais pescado. Antigamente, a nossa região era uma das melhores para pesca. Hoje, o pessoal está se bandeando para outros lugares. Então, ter essa área limpa vai trazer de volta essa atividade econômica.”

O impacto econômico na região também é ressaltado por Edenilson Batista, de 48 anos, que nasceu no Guarujá e sempre trabalhou como pescador artesanal.

“A gente sobrevive disso, nossa vida é o mar. É triste ver o lixo no mangue e, se não tomarmos à frente, só vai piorar”, afirma o pescador. “Camarão e peixe não se criam no meio de lixo. Se o mar estiver mais limpo, vai ter mais produção de peixe e camarão”.

O pescador Nelson Silverio, de 64 anos, já participou de duas ações na Praia do Perequê e afirma que o dinheiro ajuda bastante nas contas de casa. “O sentimento é de felicidade, porque a gente está fazendo o bem para a natureza e a natureza nos ajuda também”, diz.

O valor pago aos pescadores pelos quilos de lixo podem chegar a até R$ 650, creditados mensalmente em um cartão-alimentação. “O programa valoriza o trabalho desenvolvido pelos pescadores. Quando eles removem o lixo do mar, fazem um serviço ambiental, despoluindo e deixando o oceano mais limpo”, afirma Maria Lanza, gestora da Área de Proteção Ambiental Marinha Centro.

No período de defeso do camarão — quando a pesca é proibida para proteger a espécie, o Programa Mar Sem Lixo também auxilia os pescadores. Eles são convidados a participarem de mutirões de limpeza em áreas de mangue durante o período. Em fevereiro e março, foram realizadas sete ações como essa, com recolhimento de quase cinco toneladas de lixo dos manguezais.

Estudos da USP

Desde que o Programa Mar Sem Lixo começou, foram feitas análises dos resíduos encontrados para aprimorar e monitorar os subsídios para políticas públicas. Os estudos são realizados pelo Instituto Oceanográfico da USP. Nas cidades pioneiras do projeto, foi possível identificar que 91% dos itens retirados do mar são plásticos e apenas 8% do total foram considerados passíveis de reciclagem.

Em Cananéia, Itanhaém e Ubatuba, há uma média de 65 itens de plástico para 1 kg de lixo retirado do mar. Isso significa que os pescadores retiraram do mar aproximadamente 104.845 itens plásticos, considerando itens fragmentados.

Por conta da alta deterioração do plástico recolhido, pouco do lixo consegue ser reciclado. Apenas 8% do total foi reaproveitado pelas cooperativas de coleta seletiva dos municípios. O restante seguiu para os aterros sanitários. O governo estuda parcerias privadas que consigam reutilizar o material com outros processos de reciclagem.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?