SP pode ficar até 6°C mais quente até 2050, alertam pesquisadores
Pesquisa também prevê ondas de calor com mais de 150 dias no estado de SP. Cenário projeta temperatura mais quente na faixa central paulista
atualizado
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São Paulo – Uma análise dos dados climáticos entre 1961 e 1990 comparada às projeções para o período de 2020 a 2050 aponta que parte do estado de São Paulo pode ficar até 6°C mais quente até 2050, além de ter ondas de calor que passam dos 150 dias.
O estudo é assinado pelos pesquisadores Gustavo Armani e Nádia Lima, do Instituto de Pesquisas Ambientais, por Maria Fernanda Pelizzon Garcia, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), e Jussara de Lima Carvalho, da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado.
O estudo, publicado pelo G1 nesta quinta-feira (25/7), projetou um cenário otimista e outro pessimista. No primeiro, os níveis de concentração de gás carbônico (CO²) ficariam estáveis após o final do século 21; a implementação de programas de reflorestamento ajudaria na redução das emissões; há diminuição das áreas de cultivos agrícolas; adoção de políticas climáticas rigorosas e menor consumo de energia proveniente de combustíveis fósseis.
Já o cenário pessimista pressupõe um nível mais elevado de CO² até o final do século, com aumento das emissões de CO² no ano de 2100 três vezes maior do que as atuais; uma expansão de áreas agrícolas e de pastagens e alta dependência dos combustíveis fósseis. Além disso, estima um futuro sem mudanças das atuais políticas públicas para redução das emissões de gases.
Maior aquecimento na faixa central
A pesquisa concluiu que deve haver um aquecimento da atmosfera menos intenso na faixa litorânea e maior na região noroeste, mais afastada do Oceano Atlântico. Para a temperatura máxima anual, os pesquisadores identificaram um aumento em todo o estado, variando de 0,5°C a 1,5ºC no litoral norte e na Baixada Santista.
Os maiores valores de aquecimento partem de 3°C a 4ºC acima da temperatura normal (considerando o intervalo entre 1961 e 1990), até 6°C no limite superior do cenário mais pessimista, com maior aquecimento do estado projetado na faixa central do estado de São Paulo.
No cenário pessimista, o estado inteiro pode ter redução de ondas de frio entre 1 e 3 dias, com pequenas áreas isoladas apresentando redução de até um dia. O estudo também verificou que pode haver um aumento significativo do indicador de duração de ondas de calor ao considerar o número máximo de dias consecutivos no ano com altas temperaturas.
No cenário mais pessimista, o aumento é superior a 150 dias no norte do estado. No cenário otimista, o menor aumento projetado é de 25 dias, no sul.
Com relação às chuvas, os pesquisadores concluíram que a maior parte do estado pode ter uma redução nos totais anuais de precipitação. No norte e noroeste de São Paulo, todos os cenários indicam tendência de redução.