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PCC x “Pés de Pato”: guerra motivou morte de homem deixado em tapete

Conflito entre os grupos teria começado em março de 2022 após a morte de um traficante ligado ao PCC; 11 pessoas foram executadas no período

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Imagem em preto e branco de dois homens ao lado de um veículo. Metrópoles
1 de 1 Imagem em preto e branco de dois homens ao lado de um veículo. Metrópoles - Foto: Divulgação

São Paulo — A guerra entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e um grupo de matadores de aluguel chamado Pé de Pato teria sido a responsável pela morte de Cesar Henrique de Godoy Francisco, de 37 anos, em agosto de 2022. O conflito entre os dois grupos ainda teria sido o motivo de mais 11 mortes ao longo do ano citado.

Segundo fontes de dentro do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o homicídio de Carlos teria sido uma das formas de retaliação que a facção adotou por conta da morte de um traficante ligado ao grupo na zona sul de São Paulo.

 

José Genilson Cordeiro de Souza, de 28 anos, conhecido como “Zé Love”, teria sido o autor do crime e foi indiciado após ser conduzido pela divisão de homicídios do DHPP na última sexta-feira (19/4). O corpo da vítima foi encontrado enrolado em um tapete amarrado com arame no Jardim São Luís, na zona sul da capital paulista.

PCC x Pés de Pato

O conflito entre as organizações criminosas se deu início a partir do dia 14 de março, após o assassinato de Paulo Cesar Derrini, conhecido como Neném Branco, integrante do PCC. A morte teria sido em decorrência da disputa pela venda dos chamados “gatonet” de televisão e pelas instalações de pontos de tráfico de drogas na região. O homicídio teria desencadeado uma disputa violenta entre os dois grupos.

De acordo com o boletim de ocorrência, Neném Branco foi morto dentro do próprio veículo enquanto estava na rua Nono Gonçalves, no bairro Parque Regina, zona sul de São Paulo. A vítima teria atingida por 17 disparos vindos de criminosos que se aproximaram do veículo com um carro vermelho.

Os disparos acertaram a cabeça, ombro e o braço da vítima.

Os policiais que atenderam a chamada encontraram a cena do crime bastante conturbada, visto que cerca de 30 pessoas cercaram o local onde se encontrava o corpo e um dos filhos do homem morto teria entrado e vasculhado o veículo.

A mulher da vítima, Lucimeire Rodrigues, afirmou na época que desconhecia a motivação do crime, mas que suspeitava da autoria dos Pés de Pato, já que, segundo a mesma, o grupo ameaçava constantemente os moradores da região.

Retaliação da facção

Após a morte do Neném Branco, o PCC teria ido atrás dos envolvidos no ato.

No dia 28 de março, Fabiano Donisete Rogério Bueno, considerado um dos líderes dos Pés de Pato, foi morto quando levava os filhos à escola na Rua Baltazar Veloso da Silva, no bairro do Campo Limpo, também na zona sul de São Paulo.

Fabiano era um ex-policial militar, expulso da corporação há mais de 20 anos por envolvimento em uma chacina. Segundo depoimento da esposa Paula Ribeiro, o homem foi alvejado por criminosos enquanto ela tinha ido levar as crianças até a entrada da unidade de ensino. A vítima foi encontrada com 21 perfurações provenientes de tiros.

A mulher afirmou aos investigadores que o marido tinha feito uma ligação duas semanas antes do ocorrido para informar o assassinato de Neném Branco. Após a conversa, Fabiano teria ligado imediatamente para o advogado e sido tranquilizado pelo profissional, já que câmeras instaladas em sua residência provariam o seu não envolvimento no crime.

Ainda de acordo com o depoimento da viúva, o marido sofria diversas ameaças e pensava em se mudar para Minas Gerais em breve. Paula afirmou desconhecer a atuação do marido como um “matador de aluguel”. A mesma afirma que a vítima trabalhou nas regiões do Morumbi e Paraisópolis, onde era “odiado” por conta de seu comportamento agressivo.

Por fim, um dos testemunhos da mulher revelam que uma das ameaças sofridas pelo marido detalhavam precisamente o que aconteceria posteriormente culminando na morte de Fabiano.

Sequência de mortes

De março até dezembro, oito pessoas foram executadas para além de Paulo Derrini e Fabiano Bueno, sempre envolvendo execução ou até mesmo práticas de tortura.

Segundo fontes do DHPP, a violência só diminuiu após a execução de Thiago Franco Camargo, de apelido Titi, em 1°/12/2023. O homem teria sido morto por ser considerado um informante da organização criminosa.

Titi foi morto enquanto estava em um bar com um amigo, na Rua Acédio José Fontanete, no Jardim Ibirapuera. No local, a vítima foi abordada por três indivíduos divididos em duas motos, que atiraram inúmeras vezes contra o rapaz.

O homem, que é cadeirante desde um atentado sofrido um ano antes, foi atingido no abdômem, no tórax, em membros superiores, no pescoço e na cabeça. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e, segundo testemunhas, atendeu o corpo ainda com vida. Porém, Titi não resistiu e chegou morto ao hospital da região.

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