PCC: “reinado de terror”, diz polícia sobre núcleo da morte em Jundiaí
Quatro vítimas foram encontradas mortas em covas rasas em Jundiaí. Três foram enterradas vivas, como constata laudo do IML
atualizado
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São Paulo — Em um relatório de investigação, obtido pelo Metrópoles, um policial civil de Jundiaí classifica como “reinado de terror” a atuação de membros do “tribunal do crime” na cidade do interior de São Paulo.
Também chamados de “tabuleiro”, os “júris” promovidos pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) são usados para punir rivais e pessoas que descumprem regras de conduta, incluindo a lei do silêncio, impostas nas regiões dominadas pela facção.
Um parecer assinado pela promotora Kelli Atantes, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), em 20 de fevereiro de 2020, afirma que os membro da facção se impõem em Jundiaí “através da violência e do terror”.
Enterrados vivos
Como revelado pelo Metrópoles, quatro criminosos supostamente ligados ao PCC foram torturados e, três deles, enterrados vivos por membros da própria facção após serem submetidos ao “tribunal do crime” da cidade paulista.
Três deles teriam matado “por engano”, em 2019, o irmão de um membro da organização criminosa com o intuito de receberem mais dinheiro na divisão do montante obtido em um assalto.
Documento do MPSP, obtido pela reportagem, mostra que eles foram convencidos a ir ao Morro São Camilo, em Jundiaí, interior paulista, acreditando que iriam esclarecer a situação por meio de um debate.
No local, porém, foram “julgados” e sentenciados à morte por determinação do sintonia da região, Elias Oliveira dos Santos, o Nego Lia. A outra vítima foi morta após supostamente ameaçar o irmão e braço direito do chefão do PCC por causa de um desentendimento de cunho pessoal.
Nego Lia segue foragido da Justiça até a publicação desta reportagem.