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PCC: preso por trocar etiquetas se compara a casal detido na Alemanha

Auxiliar de esteira suspeito de compor quadrilha ligada ao PCC se diz vítima “assim como as brasileiras que estavam presas na Alemanha”

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1 de 1 brasileiras-presas-alemanha-goianas-soltas (1) - Foto: Reprodução/ Redes Sociais

São Paulo – O auxiliar de esteira Eduardo Barbosa dos Santos, de 30 anos, comparou sua prisão à detenção das brasileiras encarceradas injustamente na Alemanha, após as bagagens delas terem sido trocadas por malas recheadas com cocaína. A troca aconteceu antes de as duas embarcarem para a Europa, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

Eduardo é apontado pela Polícia Federal (PF) como integrante da quadrilha responsável pelo esquema de troca de etiquetas de bagagens, financiado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), que resultou na prisão do casal de goianas, em 5 de março.

Ele e mais sete suspeitos foram presos por tráfico internacional de drogas e por associação ao tráfico, no último dia 4 de abril, por agir em benefício do crime organizado na área restrita do maior aeroporto do Brasil.

Por meio da advogada Laurita de Freitas Lima, o auxiliar afirmou repudiar “veementemente” reportagens “altamente sensacionalistas” que foram, segundo ele, “veiculadas em seu desfavor.”

“Assim como as brasileiras que estavam presas na Alemanha, [o auxiliar] está sendo vítima de uma investigação que não cuidou de individualizar os suspeitos, indicando todos os funcionários que atuavam naquele setor, próximo às malas, como integrantes do suposto esquema criminoso”, diz trecho de nota da defensora, encaminhada à reportagem.

As brasileiras mencionadas por Eduardo foram presas acusadas injustamente de tráfico de drogas. Uma investigação da Polícia Federal mostrou que elas tiveram as malas trocadas por criminosos, em Guarulhos, em área restrita do aeroporto. Por bagagem trocada, o PCC paga R$ 30 mil, como foi mostrado pelo Metrópoles.

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(da esq para dir) A advogada Luna Provázio, Jeanne Paollini e Kátyna Baía - Arquivo Pessoal
Jeanne Paollini durante voo de volta ao Brasil - Arquivo Pessoal
Kátyna Baía em voo de retorno ao Brasil - Arquivo Pessoal
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Brasileiras presas injustamente brindam com cerveja após serem soltas na Alemanha

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(da esq para dir) A advogada Luna Provázio, Jeanne Paollini e Kátyna Baía - Arquivo Pessoal

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Jeanne Paollini durante voo de volta ao Brasil - Arquivo Pessoal

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Kátyna Baía em voo de retorno ao Brasil - Arquivo Pessoal

Jeanne Paollini e Kátyna Baía não se desgrudaram desde que saíram do sistema carcerário alemão, no último dia 11 de abril. Dentro da cadeia, segundo apurado pela reportagem, elas ficavam até 16 horas sem se ver, porque estavam em cárceres separados.

O casal desembarcou no aeroporto de Guarulhos na madrugada da última sexta-feira (14/4), em um voo da Latam que partiu de Frankfurt, na Alemanha. Elas permaneceram isoladas, na delegacia da Polícia Federal, até embarcarem em outro voo, que as deixou em Goiânia às 9h.

“Funcionário exemplar”

Na nota encaminhada pela advogada de defesa, Eduardo afirmou que “sempre foi tido como funcionário exemplar”, desde o início de seus trabalhados como auxiliar de esteira, cuja data não foi informada.

Ele acrescentou que no dia 4, quando foi preso, trabalhava nas esteiras da área restrita, onde não exercia “nenhuma superioridade hierárquica com os demais investigados”, afirmando ainda não ser “responsável por supervisioná-los.”

Sua função, acrescentou, era fazer a leitura das etiquetas nas malas, “não sendo tais justificativas suficientes para embasar sua prisão”. Eduardo afirmou ainda estar disposto a colaborar com as investigações, “a fim de comprovar sua inocência”.

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Na entrada do aeroporto, é possível ver as jovens chegando com uma bagagem preta e outra rosa
Pelas câmeras internas do aeroporto de Guarulhos, um funcionário seleciona a mala preta das jovens
Ele identifica as informações pessoais na etiqueta da mala
Ele chama o cúmplice, que vai até o local
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Imagens de elevador mostram as goianas saindo de casa com uma bagagem preta

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Na entrada do aeroporto, é possível ver as jovens chegando com uma bagagem preta e outra rosa

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Pelas câmeras internas do aeroporto de Guarulhos, um funcionário seleciona a mala preta das jovens

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Ele identifica as informações pessoais na etiqueta da mala

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Ele chama o cúmplice, que vai até o local

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Um dos integrantes da quadrilha tira foto dos dados

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A mala fica na esteira sob vigilância dos bandidos

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Em seguida, eles aparentam fazer uma ligação

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Na entrada do aeroporto, outras duas mulheres integrantes da quadrilha chegam com outras malas

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Uma funcionária do guichê acena para elas e coloca as malas nas esteiras

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Três minutos após o suposto atendimento, as mulheres saem do aeroporto

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As novas malas contêm 20 kg de cocaína em cada e vão para esteira na área interna

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Os funcionários procuram as malas

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Ao recolher, eles fazem a troca da etiqueta

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Vídeo mostra os criminosos se escondendo em ponto cego para efetuar troca

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Além dele, também foram presos pela PF Anderson Augusto Nascimento, 24 anos, Gustavo Evaristo de Souza, 22, Pablo Thomas de Oliveira Franca, 23, Pedro Henrique Silva Venâncio, 21, Gabriel do Nascimento Silva Sousa, 25, Carolina Helena Pennacchiotti, 35, e Tamiris Macedo da Silva Zacharias, 31.

Seus advogados não foram encontrados ou não deram retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

Como foi mostrado pelo Metrópoles, os suspeitos de compor o esquema de troca de etiquetas são jovens, ganham mal e vivem em regiões periféricas de Guarulhos.

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