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Sem Polícia Civil, operação contra ônibus do PCC irrita delegados

Associação de delegados reagiu à falta de agentes da Polícia Civil na operação contra empresas de ônibus suspeitas de lavar dinheiro do PCC

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foto colorida de viaturas policiais a postos para participar da operação Fim de Linha, do MPSP, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC - Metrópoles
1 de 1 foto colorida de viaturas policiais a postos para participar da operação Fim de Linha, do MPSP, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC - Metrópoles - Foto: Divulgação/MPSP

São Paulo – A Operação Fim da Linha, deflagrada na terça-feira (9/4) contra a lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) por meio de empresas de ônibus na capital paulista, causou reação na associação de delegados de São Paulo.

O motivo é que os integrantes da Polícia Civil foram escanteados da megaoperação de combate ao PCC, que pôs nas ruas mais de 100 viaturas e cerca de 340 agentes de segurança. Todos eles, no entanto, eram da Polícia Militar.

Ao todo, a Operação Fim da Linha cumpriu quatro mandados de prisão e 52 de busca e apreensão na capital, no interior e no litoral paulista. Na mira dos investigadores estavam sócios de duas empresas de ônibus, a Transwolff e a UpBus, acusadas de lavar dinheiro da facção criminosa.

Também participaram das diligências 64 membros do Ministério Público de São Paulo (MPSP), 43 agentes da Receita Federal e outros dois do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

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Acessórios e produtos de beleza apreendidos em operação do MPSP
Promotor Lincoln Gakiya fala a policiais antes do início da Operação Fim de Linha, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC
Viaturas policiais a postos para participar da Operação Fim de Linha, do MPSP, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC
Viaturas policiais a postos para participar da Operação Fim de Linha, do MPSP, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC
Policiais recebem orientações antes de  participar da Operação Fim de Linha, do MPSP, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC
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Acessórios e produtos de beleza apreendidos em operação do MPSP

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Promotor Lincoln Gakiya fala a policiais antes do início da Operação Fim de Linha, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC

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Viaturas policiais a postos para participar da Operação Fim de Linha, do MPSP, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC

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Policiais recebem orientações antes de participar da Operação Fim de Linha, do MPSP, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC

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Operação Fim de Linha, do MP, apreendeu armas e dinheiros com dirigentes de empresas de ônibus

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Operação Fim de Linha, do MP, apreendeu armas e dinheiros com dirigentes de empresas de ônibus

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Agentes da receita em garagens de ônibus

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Luiz Carlos Efigênio Pandolfi, o Pandora, dono da Transwolff

Reprodução/Redes Sociais

 

“Ilegal”

Presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp), André Santos Pereira chegou a classificar a operação como “ilegal”.

“Com conhecimento das autoridades máximas do estado, vimos a afronta à ordem constitucional com a operação”, afirmou, em comunicado para contestar a ausência da Polícia Civil na linha de frente da operação.

Para Pereira, “tal conduta” também “traz instabilidade às instituições” e “prejudica a população”. “Sobretudo pela possibilidade de, ao final do processo, o Poder Judiciário declarar a ilegalidade da operação”, disse.

Conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPSP, a Operação Fim da Linha é o resultado de mais de quatro anos de investigação que começaram por inquéritos justamente da Polícia Civil.

Operação

Na terça-feira (12/4), os resultados da operação foram apresentados em coletiva de imprensa do MPSP, que contou com a presença do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, que é capitão da reserva da PM paulista, e do comandante-geral da PM.

Foram presos os dirigentes da Transwolff Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora; Robson Flares Lopes Pontes e Joelson Santos da Silva.

Silvio Luiz Ferreira, o Cebola, que é ligado ao PCC e seria sócio da UpBus, segue foragido.

O Metrópoles procurou a Secretaria da Segurança Pública para saber por que a Polícia Civil deixou de participar da operação, mas a pasta não respondeu. O espaço segue aberto para manifestação.

Denúncia

Segundo o MPSP, o esquema de lavagem do PCC envolvia as empresas de ônibus Transwolff e UpBus, que operam linhas nas zonas sul e leste da capital e são responsáveis por transportar 10% de todos os passageiros da cidade.

Por decisão da Justiça, toda a cúpula das duas empresas foi afastada, e a operação de ambas acabou assumida pela SPTrans, empresa municipal que administra o sistema, por meio de interventores nomeados pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Os esquemas para ocultar dinheiro da facção, obtido com tráfico de drogas e outros crimes, foram detalhados em duas denúncias diferentes. Após as ações nas ruas, a Promotoria ofereceu denúncia contra 10pessoas ligadas à Transwollf e 19 à UpBus.

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