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PCC nas eleições: TJSP manda soltar sócio da UpBus preso em operação

Advogado Ahmed Hassan Saleh, o Mude, teve a prisão temporária substituída por domiciliar pela Justiça. Ele foi preso na terça-feira (6)

atualizado

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Ahmed Hassan Saleh, o Mude, sócio da UpBus - Metrópoles
1 de 1 Ahmed Hassan Saleh, o Mude, sócio da UpBus - Metrópoles - Foto: Reprodução/Arte Metrópoles

São Paulo — A Justiça de São Paulo mandou soltar o advogado Ahmed Hassan Saleh, conhecido como Mude, acionista da empresa de ônibus UpBus e suspeito de envolvimento em um esquema que visa a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas eleições municipais deste ano.

A pedido da defesa, a prisão temporária do advogado foi substituída pela domiciliar. Ele foi um dos 13 presos na Operação Decurio, deflagrada pela Polícia Civil na última terça-feira (6/8) em 15 cidades do estado de São Paulo

A UpBus é acusada de estar envolvida em um projeto de tentativa de tomada de poder por parte do PCC, além de ter sido alvo da operação Fim da Linha.

A Justiça impôs três condições para que a prisão de Ahmed Hassan Saleh fosse convertida em domiciliar: comparecer a todos os atos processuais para os quais for intimado; não se ausentar sem autorização judicial e comunicar imediatamente qualquer mudança de endereço.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) pediu que ele fosse obrigado a usar tornozeleira eletrônica, mas o monitoramento foi negado.

O processo corre em sigilo de Justiça na 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital.

Operação Decurio

Durante as investigações no âmbito da Operação Decurio, foi identificado um projeto de infiltração de integrantes do PCC nas eleições municipais, lançando candidatos aos cargos em disputa. Segundo a polícia, os nomes dos candidatos não foram revelados para não atrapalhar o processo eleitoral. No entanto, caso sejam eleitos, os investigados não poderão assumir os cargos.

A ação foi conduzida pela Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Mogi das Cruzes. O objetivo, segundo a polícia, é desmantelar a organização criminosa especializada no tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes, como a infiltração de integrantes da facção em cargos públicos.

A UpBus foi alvo da operação Fim da Linha, conduzida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) em abril deste ano. A ação é contra um suposto esquema de lavagem de dinheiro do PCC por meio da UpBus, que opera linhas de ônibus na zona leste de São Paulo, e da empresa Transwolff, que atua na zona sul.

Sete pessoas continuam foragidas, incluindo criminosos da cúpula do PCC, como Décio Gouveia Luiz, o Décio Português, outro acionista da UPBus, e Patric Uelinton Salomão, o Forjado, o número 1 da facção em liberdade.

Mais de R$ 8,1 bilhões foram bloqueados pela Justiça e foram cumpridos 20 mandados de prisão temporária e 60 de busca. Além disso, 20 celulares, sete veículos, três armas de fogo, R$ 25 mil e US$ 4,6 mil, bem como diversos relógios de luxo, foram apreendidos.

As investigações se iniciaram após a prisão de uma mulher responsável por guardar drogas na região de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. Os policiais descobriram que ela é esposa de um líder da facção criminosa e servia como meio de comunicação entre os integrantes presos com os que continuam nas ruas.

Até o momento, ao menos uma servidora municipal foi identificada como membro do alto escalão do PCC.

Aproximadamente 400 policiais atuaram nessa operação nas cidades de São Paulo, Mogi das Cruzes, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Guarulhos, Santo André, São Caetano do Sul, Mauá, Santos, Praia Grande, Mongaguá, Ubatuba, São José dos Campos, Sorocaba e Campinas.

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