metropoles.com

PCC: membro de “célula dos atentados” pede troca de prisão após mortes

Acusado de fazer parte do grupo do PCC que pesquisou endereços de Lira e Pacheco, Cisão diz que corre risco de vida em Presidente Venceslau

atualizado

Compartilhar notícia

Reprodução
Imagem colorida de Cisão. Ele é um homem de cabelo raspado e usa uniforme da cadeia - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de Cisão. Ele é um homem de cabelo raspado e usa uniforme da cadeia - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo – Acusado de integrar a célula de elite do Primeiro Comando da Capital (PCC) responsável por ataques contra autoridades no Brasil, o preso Sandro dos Santos Olimpio, o Cisão, pediu à Justiça transferência da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior paulista, após dois ex-membros do grupo serem executados na cadeia.

O novo pedido de Cisão, que nega fazer parte do PCC e alega estar sob ameaça na unidade, foi apresentado na quarta-feira (19/6). Dois dias antes, Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, o Rê, apontados como membros do mesmo núcleo da facção criminosa, a Sintonia Restrita, foram mortos a punhaladas na unidade.

8 imagens
Rê era acusado de participar de plano contra Sergio Moro
Sandro dos Santos Olimpio, o Cisão
Pedro Luiz da Silva Soares, o Chacal
Patric Velinton Salomão, o Forjado
Ulisses Scotti de Toledo seria o "Lelê", segundo investigação
1 de 8

Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo

Reprodução
2 de 8

Rê era acusado de participar de plano contra Sergio Moro

Reprodução/MPSP
3 de 8

Sandro dos Santos Olimpio, o Cisão

Reprodução
4 de 8

Pedro Luiz da Silva Soares, o Chacal

Reprodução
5 de 8

Patric Velinton Salomão, o Forjado

Reprodução
6 de 8

Ulisses Scotti de Toledo seria o "Lelê", segundo investigação

Reprodução
7 de 8

Nefo e Rê eram acusados de participar de plano de sequestro de Sergio Moro

Reprodução/MPSP
8 de 8

Aline de Lima Paixão e o marido Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, do PCC

Reprodução

“A defesa entende que o sentenciado (…) está incorrendo em gravíssimo risco de vida devido à insinuação da direção da unidade prisional que o sentenciado tem participação em atentados às autoridades, mesmo não sendo verdadeira essa ilação”, diz trecho do pedido. Ainda não há decisão judicial.

Cisão é citado em relatório de inteligência do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) por supostamente ter feito parte do bando que pesquisou os endereços dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), para realizar uma “missão” no Distrito Federal. O documento do Ministério Público de São Paulo (MPSP) é de novembro de 2023.

Já Nefo e Rê respondiam por planejar um atentado contra o senador Sergio Moro (União-PR), a família dele e o promotor Lincoln Gakiya, do MPSP, considerado um dos principais especialistas em combate ao PCC. Os dois haviam sido presos em março de 2023, durante a Operação Sequaz, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para desmantelar o plano.

Transferência

O advogado Marcos Roberto Azevedo, que representa o preso, afirma que a tentativa de transferência da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, voltada para faccionados do PCC, é anterior às mortes de Nefo e Rê e que, portanto, não teria relação direta com o episódio. O pedido, no entanto, foi reforçado em nova petição à Justiça na semana passada.

Em 25 de março, o diretor técnico da unidade deu parecer contrário à saída de Cisão para outra cadeia. No documento, ele afirma que o preso é “polifaltoso”, registra “envolvimento com facção criminosa” e cita reportagem que liga o detento à célulado PCC responsável por atentados.

Para afastar a última acusação, a defesa incluiu, agora, dois e-mails com respostas do Gaeco sobre possíveis investigações em andamento. O grupo de Presidente Prudente disse não ter encontrado “procedimento relativo ao senhor Sandro”. Já o da capital afirmou não haver “procedimento investigatório criminal ou qualquer relatório gerado” em relação ao preso. As mensagens são de abril e maio de 2024, respectivamente.

No pedido de transferência, o advogado diz que Cisão não possui “perfil” para ficar detido naquela cadeia. A defesa solicita que ele seja levado para “unidade próxima de sua família” ou retorne à Penitenciária 2 de Mirandópolis, onde deu início ao cumprimento da sua pena.

“O sentenciado em questão possuiu histórico prisional e quantidade de pena muito mais amenos que inúmeros outros custodiados que estão em outras penitenciária”, diz, na petição. “Portanto, a manutenção da prisão naquele local, é desarrazoada e desproporcional, demasiadamente excessiva e prejudicial ao sentenciado.”

Quem é Cisão

No relatório de inteligência de novembro de 2023, Cisão teria entrado para a Sintonia Restrita após a prisão de Nefo, então coordenador do grupo.

Condenado a 21 anos, 6 meses e 26 dias de prisão, ele é dono de uma extensa ficha criminal e apontado pela promotoria como integrante antigo do PCC.

Em 2015, Cisão foi acusado de fazer parte de um bando que atacou caixas eletrônicos e tentou resgatar um integrante da facção que estava internado em um hospital de Avaré. Na ocasião, a Polícia Militar (PM) prendeu seis membros da facção e conseguiu apreender dois fuzis e quatro pistolas. Cisão, no entanto, escapou do cerco policial e foi capturado dois meses depois.

Em janeiro de 2020, o criminoso fugiu da cadeia após ser beneficiado por uma “saidinha temporária”. Ele só seria pego novamente em 31 de outubro de 2023, em São Paulo, por agentes das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). Desde então, está na P2 de Presidente Venceslau.

Sintonia Restrita

A Sintonia Restrita é uma célula de elite da facção criminosa que surgiu em 2014, quando o PCC fez uma aliança com o Exército do Povo Paraguaio, grupo armado do país vizinho, de acordo com o MPSP.

Com treinamento de guerrilha e à frente de missões sigilosas e de alto risco, o grupo responde diretamente aos integrantes do mais alto escalão da facção.

Apontados como integrantes do grupo, Nefo e Rê foram assassinados com diversas perfurações dentro da P2 de Venceslau, cadeia considerada de segurança máxima no interior paulista, por volta das 12h40 de segunda-feira (17/6).

Foram indiciados os presos Luis Fernando Baron Versalli, o Barão, de 53 anos, Ronaldo Arquimedes Marinho, o Saponga, 53; Jaime Paulino de Oliveira, o Japonês, 47, e Elidan Silva Ceu, o Taliban, 45. Também foram apreendidos um canivete, um punhal artesanal e um short.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?