PCC matou rivais degolados no momento em que juíza visitava cadeia
Ex-chefes do PCC e envolvidos no plano contra Sergio Moro, Nefo e Rê foram assassinados por outros presos na P2 de Presidente Venceslau (SP)
atualizado
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São Paulo – Ex-chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC), Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, o Rê, foram mortos degolados, com punhaladas, quando a penitenciária de segurança máxima onde cumpriam pena, no interior paulista, era inspecionada pela juíza-corregedora Renata Biagioni.
Como mostrado pelo Metrópoles, Nefo e Rê foram assassinados a golpes de canivete e punhal, em 17 de junho. O duplo homicídio ocorreu por volta das 13h. Ambos eram da Sintonia Restrita, célula de elite do PCC, responsável por monitorar e planejar atentados contra autoridades, como o ex-juíz Sérgio Moro.
Em seu termo de inspeção, obtido pelo Metrópoles, a juíza fala sobre o fato de a direção da unidade lhe informar que, durante os 30 dias anteriores à visita, não houve registros de assassinatos nem fugas e rebeliões.
“Todavia, durante a visita, por volta das 13h, durante o banho de sol do pavilhão habitacional 1, ocorreu um duplo homicídio, tendo como vítimas os detentos Janeferson, habitante da cela 45, e Reginaldo, habitante da cela 28”, diz trecho do relatório.
A presença da magistrada na unidade prisional, no momento em que os dois detentos foram assassinados, foi revelada pela coluna do jornalista Josmar Jozino, no UOL.
Indiciados pelo duplo homicídio
Os suspeitos pelo duplo assassinato são os presos Ronaldo Arquimedes Marinho, o Saponga, de 53 anos; Luis Fernando Baron Versalli, o Barão, 53; Jaime Paulino de Oliveira, o Japonês, 47; e Elidan Silva Céu, o Taliban, 45. Flagrados pelo sistema de câmeras da cadeia (assista abaixo), nenhum deles admitiu os crimes.
Os ex-chefes da facção foram presos em março de 2023, no âmbito da Operação Sequaz, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para desmantelar o plano de atacar o senador Sergio Moro (União-PR) e a família dele. O promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), também era alvo do bando.
Saponga, Taliban, Barão e Japonês
Acusado de usar o canivete para matar Nefo e Rê, Ronaldo Arquimedes Marinho, o Saponga, está preso desde 1989. Na época, ele já respondia por um assalto à mão armada, cometido na frente de uma criança, e por se vingar da morte do irmão e executar o assassino em um terreno baldio da zona leste da capital paulista.
Ao todo, Saponga é condenado a 41 anos, 3 meses e 21 dias. Desde então, ele acumula mais de 70 faltas disciplinares na cadeia – incluindo ameaças e xingamentos a agentes penais e destruição de bens públicos, como detector de metais.
Elidan Silva Céu, o Taliban, também membro fichado do PCC, foi acusado de matar por asfixia o detento Luiz Carlos Combinatto, na Penitenciária 2 de Itirapira, no interior paulista, em maio de 2005.
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