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PCC: familiares pedem proteção policial em meio a racha na facção

Em meio a assassinatos e acusações entre líderes, PCC vive racha interno que já deixa rastro de sangue em cidades de São Paulo

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Brasília (DF), 21/01/20. Marco Willians Herbas Camacho. Marcola. Marcola vai ao Instituto Hospital de Base fazer exames
1 de 1 Brasília (DF), 21/01/20. Marco Willians Herbas Camacho. Marcola. Marcola vai ao Instituto Hospital de Base fazer exames - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

São Paulo – Familiares de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) têm procurado a polícia para pedir proteção por causa do racha na cúpula da facção criminosa. O conflito, considerado histórico, preocupa autoridades e já deixa rastro de sangue em cidades paulistas.

O racha é provocado por uma disputa de poder entre Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, a maior liderança do PCC, contra antigos aliados que já fizeram parte da alta cúpula da facção. Todos estão isolados no sistema penitenciário federal.

“Familiares e comparsas desses integrantes têm procurado a polícia pedindo proteção”, afirmou o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP), em entrevista à Band.

Segundo Gakiya, que é tido como a principal referência no combate ao PCC no país, os parentes e supostos comparsas só podem receber proteção policial se colaborarem com alguma investigação.

“Eles precisam entrar no programa de proteção à testemunha. [Para isso] precisam ter uma delação ou uma informação relevante para responsabilização de outros criminosos”, disse.

Racha no PCC

O racha histórico no PCC acontece após Marcola ter a liderança contestada por outros três chefões da facção: Roberto Soriano, o Tiriça, Abel Pacheco de Andrade, o Abel Vida Loka, e Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho.

O principal motivo do conflito seria um diálogo gravado entre Marcola e policiais penais federais na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Na ocasião, o líder máximo do PCC afirma que Tiriça seria um “psicopata”.

A declaração foi usada por promotores durante o julgamento de Tiriça, que foi condenado a 31 anos e 6 meses de prisão, em 2023, por ser o mandante do assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo. A fala de Marcola teria sido interpretada pelos antigos aliados como uma espécie de delação.

Outros líderes históricos também tomaram partido e se voltaram contra Marcola, segundo Gakiya. Entre eles, estão Daniel Vinicius Canônico, o Cego, e Reinaldo Teixeira dos Santos, o Funchal.

De acordo com o promotor, Marcola já teria dado a ordem para expulsar do PCC e decretar a morte dos antigos aliados. Por sua vez, os dissidentes também deram ordens para expulsar e matar o chefão da facção.

“É uma disputa pelo poder”, disse Gakiya.

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