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PCC: sócio de empresa de ônibus foi companheiro de Marcola na cadeia

Líder do PCC, Décio Português é apontado como um dos sócios da UpBus, empresa de ônibus investigada por lavar dinheiro da facção criminosa

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Imagem colorida de Décio Português. Ele é um homem branco e calvo - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de Décio Português. Ele é um homem branco e calvo - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo – Acusado de lavar dinheiro por meio de empresa de ônibus, Décio Gouveia Luiz, o Décio Português, ascendeu à alta cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) após ser companheiro de cadeia de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, o líder máximo da facção criminosa, segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Membro antigo do PCC, dono de extensa ficha criminal e colocado em liberdade recentemente, Décio Português é apontado pelo MPSP como um dos sócios da UpBus, empresa de transporte que opera linhas de ônibus na zona leste da capital paulista, supostamente usada para esquentar recursos da facção.

Ele e outras 18 pessoas ligadas à UpBus foram alvo de denúncia, no âmbito da Operação Fim da Linha, deflagrada nesta semana. Segundo a acusação, o esquema do grupo teria ocultado R$ 20,9 milhões do PCC, obtidos com tráfico de drogas e outros crimes.

Em agosto de 2023, Décio Português havia deixado a Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, pela porta da frente, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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Acessórios e produtos de beleza apreendidos em operação do MPSP
Promotor Lincoln Gakiya fala a policiais antes do início da Operação Fim de Linha, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC
Viaturas policiais a postos para participar da Operação Fim de Linha, do MPSP, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC
Viaturas policiais a postos para participar da Operação Fim de Linha, do MPSP, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC
Policiais recebem orientações antes de  participar da Operação Fim de Linha, do MPSP, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC
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Promotor Lincoln Gakiya fala a policiais antes do início da Operação Fim de Linha, que mira empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC

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Operação Fim de Linha, do MP, apreendeu armas e dinheiros com dirigentes de empresas de ônibus

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Operação Fim de Linha, do MP, apreendeu armas e dinheiros com dirigentes de empresas de ônibus

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Agentes da receita em garagens de ônibus

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Luiz Carlos Efigênio Pandolfi, o Pandora, dono da Transwolff

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Ficha criminal

O líder do PCC foi responsável por um roubo milionário a uma empresa de transporte de valores, ocorrido na capital paulista, em 1997, pelo qual foi condenado a oito anos de prisão. Também respondeu criminalmente por outros dois assaltos, associação criminosa e uso de documento falso.

“Em sua longa passagem pelo sistema prisional, cumpriu pena ao lado de Marco Willians Herbas Camacho, vulgo Marcola, o que possibilitou seu ingresso e posterior ascensão aos mais altos escalões da hierarquia da organização criminosa do PCC”, registram os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPSP, na denúncia.

Décio Português ficou preso na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior paulista. A unidade abrigava a cúpula do PCC antes da política de mandar as lideranças da facção para o sistema penitenciário federal.

Em agosto de 2019, quando supostamente já fazia parte do esquema de lavagem de dinheiro na empresa de transporte, ele voltou a ser preso em uma casa luxuosa em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, com documentos falsos. Segundo a Promotoria, o criminoso usava outro nome para comprar imóveis e firmar sociedades comerciais.

Também foi um dos denunciados pelo MPSP no âmbito da Operação Sharks, a primeira a atacar a célula financeira do PCC, em 2020, que identificou o envio de R$ 1,2 bilhão da facção para o Paraguai, por meio do esquema de “dólar cabo”, técnica de lavagem de dinheiro.

Fim da Linha

Na denúncia mais recente, Décio Português é acusado de usar uma suposta laranja, identificada como Ivanilda do Nascimento Ribeiro, para comprar cotas do capital social da UpBus, avaliadas em R$ 618 mil, entre os anos de 2015 e 2020, e ocultar seu dinheiro ilícito.

De acordo com a Promotoria, Ivanilda trabalhava como auxiliar de escritório em 2018 e chegou a receber auxílio-reclusão depois. “Seus outros empregos igualmente revelam ganhos insuficientes para justificar a participação societária adquirida”, diz a denúncia oferecida contra ela.

Em 2023, a acusada declarou recebimento de R$ 150 mil de lucros da UpBus, além de R$ 70 mil em espécie.

“O contexto demonstra que as ações adquiridas por Ivanilda, pessoa com rendimentos parcos e incompatíveis com o volume financeiro transacionado, pertencem a Décio, e constituiu a forma para dissimular a origem dos valores provenientes do tráfico de drogas e organização criminosa”, afirma o MPSP.

A suposta lavagem de dinheiro na UpBus envolveria, ainda, outros líderes do PCC: Silvio Luiz Ferreira, o Cebola, que é apontado como chefe do esquema e está foragido, e Alexandre Salles Brito, o Buiú,

Os outros acusados são um advogado, seis dirigentes da empresa de transporte e oito “laranjas” – pessoas usadas para adquirir ações da viação e esquentar os recursos da facção.

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